A polícia italiana encontrou marcas de sangue em um carro do empresário Claudio Grigoletto, preso suspeito de matar a mineira Marília Rodrigues Silva Martins, de 29 anos. Também há vestígios de que aconteceu uma luta dentro do escritória onde a mulher foi encontrada morta. A mãe de Marília, Natalia Maria Silva, de 52 anos, foi para o país acompanhar as investigações. Ela informou que está “completamente triste” pela tragédia, mas que seu "coração não busca vingança".
A perícia foi realizada nessa quinta-feira em três veículos, um da vítima e em dois do empresário, segundo informou o site do Giornal di Brescia. Na Land Rover de Grigoletto foram encontradas marcas de sangue. Amostras foram colhidas e serão examinadas para confirmar, ou não, se o material genético pertence a mineira.
Já no escritório onde Marília foi encontrada morta, a perícia encontrou gotas de sangue no chão e uma marca de pé na parede. Conforme o site Giornal di Brescia, os policiais acreditam que a marca foi feita durante a tentativa da vítima se livrar do assassino enquanto era estrangulada. Diante das evidências, o juiz de instrução, Ambrose Cassiani, responsável pelo caso, pediu que seja feita a reconstituição da luta que levou a morte da mineira.
Em entrevista a agência de notícias Ansa, a mãe de Marília afirmou que não tem dúvida de quem cometeu o assassinato. "Foi ele (Grigoletto). Neste momento, estou completamente triste, mas meu coração não busca vingança. Ele matou minha filha, que estava esperando um filho dele. Despedaçou meu coração", disse Natalia. Nesta sexta-feira, ela se reuniu com os investigadores do caso. Ela chegou à delegacia local acompanhada por uma delegação da embaixada brasileira.
O crime
O corpo da turismóloga de Uberlândia foi achado pelo chefe dela na última sexta-feira. Na tarde de segunda-feira, por meio da assessoria de imprensa, o Itamaraty informou que o consulado do Brasil em Milão entrou em contato com a polícia italiana, que confirmou a morte e o início das investigações sobre o crime. A autópsia no corpo da jovem comprovou que ela foi vítima de homicídio. Ela estaria grávida de cinco meses e seu corpo tinha ferimentos na nuca e no rosto. O escritório também continha um forte cheiro de gás.
O empresário italiano, titular da Alpi Aviation do Brasil e responsável por oferecer o emprego à jovem, foi preso e interrogado durante toda a madrugada de terça-feira. Sua prisão foi pedida pelo Ministério Público, sob acusação de homicídio agravado por tentativa de ocultação de cadáver e de aborto.
A advogada de Grigoletto, Elena Raimondi informou que irá apresentar um álibi. A defensora quer provar que o cliente estava em um voo no momento do crime. O empresário segue preso e nega o crime.