Preservação da memória, alerta contra a degradação do patrimônio e conscientização das comunidades sobre os seus bens culturais e paisagísticos. Uma exposição fotográfica itinerante vai mostrar imagens de casarões, fazendas, igrejas, cinemas, acidentes geográficos e outros tesouros de Minas que foram varridos completamente do mapa ou estão em processo de arruinamento. A mostra Ecos do passado vai contemplar inicialmente 10 pontos e o Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico (Iepha-MG), autor da iniciativa, já tem listados outros 40 de triste lembrança. “Queremos suscitar a ausência para falar da presença. O trabalho vai crescer gradativamente e a participação dos moradores será fundamental nesse processo”, diz o gerente de Identificação do instituto, o historiador de arte Raphael João Hallack Fabrino.
A primeira parada da exposição, ainda sem data marcada, será no terminal rodoviário de Belo Horizonte, seguindo depois para o interior. Nessa segunda etapa, os municípios interessados em receber o conjunto de banners com as fotografias poderão também mostrar o que perderam, explica Raphael. “Basta que façam o pedido ao Iepha e nos mandem, com antecedência, fotografias e descrição de dois bens. “O objetivo é causar incômodo e mal-estar, pois patrimônio destruído não tem volta, vive apenas na memória de antigos moradores ou em arquivos. Mas muito ainda pode ser salvo e denunciado”, afirma.
A ideia de selecionar e juntar os registros surgiu no Dia do Patrimônio, comemorado em 17 de agosto, ganhou corpo e agora está materializada em cartazes, com fotografias do velho Colégio do Caraça, que sofreu um incêndio em 1968; casarões do Leite e da Figuinha, em Oliveira; Pico do Itabirito, alvo de degradação das mineradoras; Igreja de Nossa Senhora da Jaguara ou Jagoara, em Matozinhos; Cine Metrópole e Feira de Amostras, ambos demolidos no Centro de BH; casa do marquês de Sapucaí, demolida, em Nova Lima; rotunda ferroviária em Ribeirão Vermelho. em ruínas; Cachoeira Tombo da Fumaça; Igreja Matriz de Bom Matozinhos em São João del-Rei, demolida para ceder lugar a uma nova edificação e outros.
PROGRESSO Em Ecos do passado – Memórias dos bens culturais desaparecidos ou em risco no Estado de Minas Gerais, os técnicos do Iepha fazem a seleção debruçados sobre registros de bens móveis, imóveis, integrados e paisagísticos que pereceram por ações de furtos, roubos, demolições, arruinamentos, desmontes e sinistros. “As pessoas aprendem de duas formas: ou pela educação em casa e depois nas escolas ou pelo impacto. Mas é importante destacar que é totalmente possível conciliar preservação do patrimônio e desenvolvimento”, diz Raphael. Para dar mais impacto visual, a trajetória de alguns prédios foi dividida em três fases: quando ainda estava de pé, no momento em que começou a ser demolido e, finalmente, com o terreno vago. Para conseguir o material, a equipe recebeu contribuição de várias instituições, como o Instituto Histórico e Geográfico de São João del-Rei.
Nos banners, junto das fotografias, estarão textos selecionados e produzidos por técnicos dos diversos setores da Diretoria de Proteção e Memória do Iepha. “O patrimônio é de todo mundo, mas vale destacar que os bens não apropriados pela população não são preservados. Dessa forma, vamos mostrar os bens referenciais para os municípios e lançar um olhar de conservação sobre outros que ficaram de pé e estão ameaçados”, observa Raphael Hallack.
SERVIÇO
Para sediar a exposição e ter bens referencias incluídos na mostra, ligue para o Iepha/MG: (31) 3235-2812 ou comunicacao@iepha.mg.gov.br
Campanha via redes sociais
O Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais (Iepha-MG) começou uma campanha nas redes sociais lembrando os 40 anos do furto de 17 peças na Matriz de Nossa Senhora do Pilar, em Ouro Preto, na Região Central. Até hoje, nenhum dos objetos sacros foi encontrado. A iniciativa, em parceria com o Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), via Coordenadoria das Promotorias de Justiça de Defesa do Patrimônio Cultural e Turístico (CPPC), foi publicada também no diário oficial do estado, o Minas Gerais. “É um triste aniversário de quatro décadas. O trabalho vem se somar a outras campanhas da instituição, como a recente parceria com o Guiatel para divulgação, nas capas dos catálogos telefônicos, de bens desaparecidos”, informa o técnico de gestão, proteção e restauro do Iepha, Adalberto Andrade Mateus.
“É uma campanha importante, pois ainda temos esperança de recuperar os bens furtados”, disse, ontem, o diretor do Museu de Arte Sacra de Ouro Preto, o historiador Carlos José Aparecido de Oliveira, o Caju. O assalto à Matriz do Pilar ocorreu em 2 de setembro de 1973 e se concentrou no museu, que fica no subsolo do templo. Segundo mostrou o Estado de Minas na edição do dia 1º – o que motivou a iniciativa do Iepha –, entre os objetos levados pelos ladrões havia uma coleção formada por custódia, urna e três cálices de prata folheada a ouro, de origem portuguesa, usada no Triunfo Eucarístico, em 1733, considerada a maior festa religiosa do Brasil colonial. O acervo está em destaque no cartaz da campanha, que traz ainda os telefones de contato do Iepha e MPMG.
HÚNGARO
Segundo Caju, a história ainda está muito mal explicada e cheia de mistérios. O inquérito ficou desaparecido por 13 anos, sumiu o boletim de ocorrência, enfim, documentos fundamentais para esclarecimento saíram de cena. No auge da ditadura, policiais tomaram conta da cidade e três delegados apuravam o caso, enquanto agentes do então Departamento de Ordem Política e Social (Dops) interrogavam os moradores. Três semanas depois do roubo, a polícia prendeu Adão Pereira Magalhães, que respondia pelo furto de imagens em Alto Maranhão, em Congonhas, na Região Central. Ele responsabilizou o húngaro naturalizado brasileiro Francisco Schwarcz, então com 63 anos, antiquário e residente em São Paulo (SP). O comerciante negou participação, foi preso e depois solto.
A primeira parada da exposição, ainda sem data marcada, será no terminal rodoviário de Belo Horizonte, seguindo depois para o interior. Nessa segunda etapa, os municípios interessados em receber o conjunto de banners com as fotografias poderão também mostrar o que perderam, explica Raphael. “Basta que façam o pedido ao Iepha e nos mandem, com antecedência, fotografias e descrição de dois bens. “O objetivo é causar incômodo e mal-estar, pois patrimônio destruído não tem volta, vive apenas na memória de antigos moradores ou em arquivos. Mas muito ainda pode ser salvo e denunciado”, afirma.
A ideia de selecionar e juntar os registros surgiu no Dia do Patrimônio, comemorado em 17 de agosto, ganhou corpo e agora está materializada em cartazes, com fotografias do velho Colégio do Caraça, que sofreu um incêndio em 1968; casarões do Leite e da Figuinha, em Oliveira; Pico do Itabirito, alvo de degradação das mineradoras; Igreja de Nossa Senhora da Jaguara ou Jagoara, em Matozinhos; Cine Metrópole e Feira de Amostras, ambos demolidos no Centro de BH; casa do marquês de Sapucaí, demolida, em Nova Lima; rotunda ferroviária em Ribeirão Vermelho. em ruínas; Cachoeira Tombo da Fumaça; Igreja Matriz de Bom Matozinhos em São João del-Rei, demolida para ceder lugar a uma nova edificação e outros.
PROGRESSO Em Ecos do passado – Memórias dos bens culturais desaparecidos ou em risco no Estado de Minas Gerais, os técnicos do Iepha fazem a seleção debruçados sobre registros de bens móveis, imóveis, integrados e paisagísticos que pereceram por ações de furtos, roubos, demolições, arruinamentos, desmontes e sinistros. “As pessoas aprendem de duas formas: ou pela educação em casa e depois nas escolas ou pelo impacto. Mas é importante destacar que é totalmente possível conciliar preservação do patrimônio e desenvolvimento”, diz Raphael. Para dar mais impacto visual, a trajetória de alguns prédios foi dividida em três fases: quando ainda estava de pé, no momento em que começou a ser demolido e, finalmente, com o terreno vago. Para conseguir o material, a equipe recebeu contribuição de várias instituições, como o Instituto Histórico e Geográfico de São João del-Rei.
Nos banners, junto das fotografias, estarão textos selecionados e produzidos por técnicos dos diversos setores da Diretoria de Proteção e Memória do Iepha. “O patrimônio é de todo mundo, mas vale destacar que os bens não apropriados pela população não são preservados. Dessa forma, vamos mostrar os bens referenciais para os municípios e lançar um olhar de conservação sobre outros que ficaram de pé e estão ameaçados”, observa Raphael Hallack.
SERVIÇO
Para sediar a exposição e ter bens referencias incluídos na mostra, ligue para o Iepha/MG: (31) 3235-2812 ou comunicacao@iepha.mg.gov.br
Campanha via redes sociais
O Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais (Iepha-MG) começou uma campanha nas redes sociais lembrando os 40 anos do furto de 17 peças na Matriz de Nossa Senhora do Pilar, em Ouro Preto, na Região Central. Até hoje, nenhum dos objetos sacros foi encontrado. A iniciativa, em parceria com o Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), via Coordenadoria das Promotorias de Justiça de Defesa do Patrimônio Cultural e Turístico (CPPC), foi publicada também no diário oficial do estado, o Minas Gerais. “É um triste aniversário de quatro décadas. O trabalho vem se somar a outras campanhas da instituição, como a recente parceria com o Guiatel para divulgação, nas capas dos catálogos telefônicos, de bens desaparecidos”, informa o técnico de gestão, proteção e restauro do Iepha, Adalberto Andrade Mateus.
“É uma campanha importante, pois ainda temos esperança de recuperar os bens furtados”, disse, ontem, o diretor do Museu de Arte Sacra de Ouro Preto, o historiador Carlos José Aparecido de Oliveira, o Caju. O assalto à Matriz do Pilar ocorreu em 2 de setembro de 1973 e se concentrou no museu, que fica no subsolo do templo. Segundo mostrou o Estado de Minas na edição do dia 1º – o que motivou a iniciativa do Iepha –, entre os objetos levados pelos ladrões havia uma coleção formada por custódia, urna e três cálices de prata folheada a ouro, de origem portuguesa, usada no Triunfo Eucarístico, em 1733, considerada a maior festa religiosa do Brasil colonial. O acervo está em destaque no cartaz da campanha, que traz ainda os telefones de contato do Iepha e MPMG.
HÚNGARO
Segundo Caju, a história ainda está muito mal explicada e cheia de mistérios. O inquérito ficou desaparecido por 13 anos, sumiu o boletim de ocorrência, enfim, documentos fundamentais para esclarecimento saíram de cena. No auge da ditadura, policiais tomaram conta da cidade e três delegados apuravam o caso, enquanto agentes do então Departamento de Ordem Política e Social (Dops) interrogavam os moradores. Três semanas depois do roubo, a polícia prendeu Adão Pereira Magalhães, que respondia pelo furto de imagens em Alto Maranhão, em Congonhas, na Região Central. Ele responsabilizou o húngaro naturalizado brasileiro Francisco Schwarcz, então com 63 anos, antiquário e residente em São Paulo (SP). O comerciante negou participação, foi preso e depois solto.