Fim da linha para cinco dos sete principais membros de um grupo criminoso que se denomina Organização Terrorista do Arara (O.T.A) e era detentor do domínio do tráfico de drogas do conjunto de favelas do Aglomerado da Serra, na Região Centro-Sul de Belo HorizonteApós a onda de ataques a ônibus e protestos da população no fim de 2012, em retaliação à morte de um dos moradores, a Polícia Civil começou a investigar os responsáveis por ordenar as ações e identificou os cabeças da quadrilhaSão criminosos envolvidos em assassinatos, tentativas de homicídios, ameaças, lesão corporal, furto e corrupção ativaSegundo a polícia, os suspeitos vinham promovendo o terror na localidade, andavam sempre armados e fazendo intimidações à comunidade.
Os cinco suspeitos foram presos na última semana, pelas equipes da 5ª Delegacia Regional e 3ª DP Sul, durante cumprimento de mandados de busca e apreensão e de prisão, na Operação PerseuClébio Pereira Rosa, o Clebinho, é apontado como um dos líderes do grupo; Warley de Moura Pereira, o Zóio, e Robert Costa Luiz Martins, o Papa, seriam os gerentes; Matheus Felipe Trindade da Silva, o Baratão, e Marcelo Emiliano Júnio Veloso, o Marcelo DJ, atuavam como apoio do bando.
Estão foragidos o chefão do quadrilha, Alexandre Hermínio Rosa, o Alex, primo do Clebinho; e Gustavo Rodrigues Silva, um dos colaboradores.O bando vinha sendo investigado desde novembro de 2012, quando ocorreu o ataque ao primeiro ônibus no Aglomerado da SerraUm coletivo foi queimado após a morte do pedreiro Helenilson Eustáquio da Silva Souza, de 24 anos, morto por policiais militares do Grupo Especializado de Policiamento em Área de Risco (Gepar)Depois, mais veículos foram incendiadosNa ocasião, A PM afirmou que Souza reagiu a uma operação e que estaria armadoMoradores e familiares de Souza contestaram a versão policial, dando início aos confrontos.
LÍDERES
Segundo o delegado Alfeu Egídio Gomes, durante os levantamentos eles identificaram alguns dos menores envolvidos na ação e, em continuidade aos trabalhos, chegaram até os mandantes, os líderes da facção criminosa O.T.AApós colher a prova ligando os suspeitos ao grupo criminoso, a Polícia Civil pediu à Justiça a prisão preventiva dos sete suspeitos.
“Os membros dessa quadrilha são de alta periculosidadeEles têm tatuagem de escorpião e aranha pelo corpo
Mansão disfarçada de barraco
Por fora, a casa onde Warley Pereira, o Zóio, vivia com a família não passava de um simples barracãoMas quem entrava no imóvel, não tinha como não ficar admiradoA moradia de três andares tem acabamento de luxo, quatro quartos, suíte e é toda mobiliada com bons móveisNo terraço, uma ampla área de churrasco.
O gerente do tráfico também não fazia qualquer economia para agradar os filhosOs meninos possuem muitos brinquedos, como motos elétricas e video games, roupas e sapatos“Os bens apreendidos com os suspeitos não estão no nome delesEles já prevêem a prisão e colocam tudo em nome de laranjas
ROUPAS E PERFUMES CAROS
Durante as buscas nas residências dos membros da quadrilha e das pessoas ligadas a eles, a Polícia Civil apreendeu roupas e calçados de marcas, perfumes importados, bebidas, video games e eletroeletrônicos, tudo adquirido com o dinheiro do tráficoTambém foram apreendidos cinco veículos – um Golf, um Polo, e três motos, avaliados em mais de R$140 mil –, dois quilos de maconha, meio quilo de crack e meio quilo de cocaína.
A maior parte dos produtos foi encontrada na casa do Warley Pereira“O Zóio gosta de ostentação, roupas de grife, usar tênis da moda e perfume importadoA casa onde ele mora no aglomerado com a mulher e dois filhos é de alto padrão”, informou o delegado Alfeu Egídio Gomes.
Ainda segundo o delegado, alguns dos materiais apreendidos também foram encontrados nas residências de moradores do aglomeradoAs pessoas eram obrigadas a esconder drogas e objetos pessoais diante de ameaças, e ainda eram advertidas de possíveis punições se algo sumisse ou estragasse