Um exemplo das dificuldades da Polícia Rodoviária Federal está em Nova Lima, na Grande BH. Concluído há mais de um ano na BR-040, o posto de fiscalização que substituiria o antigo às margens da rodovia ainda não foi inaugurado por falhas no projeto. As novas instalações foram erguidas no canteiro central e a pista de rolamento que deveria passar a pelo menos cinco metros de distância, fica a menos de dois. Carretas de minério e outros veículos passam em alta velocidade e há risco de colisão. A sala de atendimento não é coberta de laje e o telhado de zinco não tem isolamento acústico. Faltam ainda redutores de velocidade. Policiais enviaram manifesto ao sindicato da categoria pedindo adequações.
A assessoria de imprensa da PRF de Minas informou que o prédio foi construído pela Prefeitura de Nova Lima e que desde setembro do ano passado solicita mudanças. A prefeitura informou que a obra é da administração passada e que não encontrou nenhum contrato ou convênio da Secretaria de Obras com a PRF. “A prefeitura contribuiu apenas para melhorar a segurança na 040; o projeto foi aceito pela PRF na época e a competência pela construção deveria ser do governo federal”, informou a prefeitura.
Efetivo
Aumentar o efetivo da PRF em Minas é uma das soluções apontadas pelo diretor jurídico da Federação Nacional dos Policiais Rodoviários Federais (FenaPRF), Jailton Tristão, para evitar problemas como falta de fiscalização. São cerca de 10 mil policiais em todo país, muitos trabalhando no setor administrativo. A expectativa é que esse número chegue a 13 mil nos próximos anos, segundo Tristão. “Um concurso público está em andamento para formação de mil policiais e já no início de 2014 está programada mais uma seletiva para mais mil agentes”, afirma Tristão.
Os candidatos fizeram a prova de conhecimento no mês passado e farão a segunda etapa, que é a prova de títulos. Depois será feita a investigação social dos aprovados e aplicado um curso de três meses. A PRF, em Brasília, não soube informar quantos policiais novos serão designados para Minas.
Segundo o dirigente, levantamento feito pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), a pedido da instituição, indicou a necessidade de mais agentes. “Minas deveriam ter pelo menos 2 mil policiais”, afirmou. Ele diz ainda que o aumento de policiais é essencial para combater também crimes como prostituição infantil, tráfico de drogas e de pessoas e contrabando.
As 18 delegacias da PRF no estado padecem não só da falta de material humano. Segundo Jailson, é preciso investir também na estrutura dos postos e em equipamentos. “Todas as unidades precisam de mais viaturas, postos de fiscalização com melhores condições de trabalho dos policiais”, diz.
A tecnologia também está na lista de prioridades. Como todos os processos de trabalho da PRF são eletrônicos, Jailson lembra que a corporação precisa de mais equipamentos. “Todas as ocorrências passam pelo sistema. Para isso é preciso ter uma linha segura, rápida e eficiente de transmissão de dados. Há pontos nas estradas que não têm sinal de celular. Fica difícil trabalhar assim”, comenta.