O júri do líder do Bando da Degola, Frederico Flores, retornou às 13h30 com a argumentação da defesa do réuO advogado Fernando Magalhães e o advogado Ércio Quaresma usaram a estratégia de tentar desqualificar as qualificadoras do processo que ampliam a pena do réu, caso ele seja condenadoOs dois defensores foram enfáticos em dizer que Frederico Flores é culpado“A sua defesa está pedindo em seu nome a sua condenação, porque você errou”, disse Quaresma“A melhor coisa que aconteceu foi você ser preso”, afirmou Magalhães.
O primeiro a falar foi FernandoO advogado começou as argumentações agradecendo a todos os envolvidos no julgamento, como o juiz Glauco Fernandes, o promotor Francisco Santiago, e deu maior atenção ao réu Frederico Flores e aos juradosAo seu cliente, agradeceu e exaltou a atitude dele de ter confessado o crime“Tem que ser muito homem, tem que ser muito fiel a si e a deusE tem que ter muita coragemMuito obrigado por me permitir estar aqui”, disse Magalhães.
Em seguida, o defensor se virou para os jurados e tentou mostrar que Frederico Flores sempre foi usuários de drogas e álcoolChegou a dizer que a prisão dele foi a melhor coisa que aconteceu na vida de Flores
O defensor falou por aproximadamente trinta minutosSempre com uma voz baixa e se aproximando dos juradosEm seguida passou a palavra para o advogado Ércio Quaresma.
"O réu é culpado e tem que ser condenado"
Desde o início de sua fala, Quaresma tentou mostrar que Frederico Flores já tinha problemas de saúde antes mesmo da época do crimePara isso, mostrou laudos médicos aos jurados que demonstram o uso de remédios controlados e passagens por hospitais em 2007, três anos antes o crime“A pena dele tem que ser reduzida por conta de sua situação patológica que veio desde o nascimentoNós somos seres humanos e erramos”, disse o defensor.
Também ressaltou o fato do réu ser o único acusado pelos crimes que confessou“Ele foi o único julgado que confessou o crimeE dizem que ele é doido”, comentou Quaresma.
Durante todo o seu discurso, o defensor tentou convencer os jurados de que a qualificadora de meio cruel contra uma das vítimas, o empresário Rayder Santos Rodrigues, de 39 anos, tem que ser retirada do processoIsso porque, alega Quaresma, o corpo já havia sido queimado quando a vítima já estava morta“Já estava sem a cabeça, sem o cérebro, como o cadáver, e por isso não tem meio cruel”, disse
Estratégias semelhantes
Para tentar reduzir a pena de seu cliente, Quaresma citou um outro processo em que atuou desde o início, o Caso Bruno“No júri lá em Contagem, a juíza reduziu oito anos do Macarrão por causa da confissão espontâneaClaro que lá aconteceu um acordo”, afirmou.
Antes de encerrar suas argumentações, Quaresma mostrou sua confiança na recuperação de Frederico Flores“Você tem cura parceiro, você poderá ser um grande empresário e seráTenho certeza disso”, afirmou o advogado, olhando para o réu.
Antes de encerrar a sua fala, Quaresma afirmou que os empresários Fabiano e Rayder tinham participação em crimes“As pessoas que pereceram tinham envolvimento com a criminalidadeQuando Fred fez isso, tinha conhecimentoFoi o famoso caso de ladrão que rouba ladrão tem 100 anos de perdãoNão que acho isso correto”, comentou o defensor que pediu aos jurados“Façam justiça”A defesa terminou a argumentação às 14h52.
Após a argumentação da defesa, o promotor Francisco Assis abriu mão de seu direito a réplicaA sala foi esvaziada às 15h, e somente os jurados permaneceramComo não há uma sala para deliberação, a votação será realizada no plenário do julgamentoO futuro de Frederico Flores deve ser ser decidido ainda na tarde desta quinta-feira.