A pena de 39 anos aplicada ao líder do Bando da Degola, Frederico Flores, agradou o promotor de justiça Francisco Santiago, que representou a acusação no julgamento que aconteceu nesta quinta-feira no Fórum Lafayette, em Belo Horizonte. Já o advogado do réu, Ércio Quaresma, adiantou que vai recorrer, pois considera a sentença muito alta para o réu, que confessou o crime e foi considerado semi-imputável. O crime contra dois empresários aconteceu em 2010 dentro de um apartamento no Bairro Sion, na Região Centro-Sul de Belo Horizonte.
O promotor Francisco Santiago gostou da sentença proferida pelo juiz Glauco Rodrigues e já pensa nos próximos capítulos sobre o caso. "Estou satisfeito com a pena de 39 anos. Foi o terceiro tempo de um processo longo. Agora vamos buscar a condenação de Gabriela (médica envolvida no caso) por todos os crimes", disse ao final do júri.
Ao todo, sete pessoas respondem pelo crime contra os empresários. Dois réus envolvidos nesses homicídios já foram condenados: o ex-policial militar Renato Mozer, a 59 anos de reclusão, e o estudante Arlindo Sorares Lobo, a 44 anos de prisão - ambos por homicídio qualificado, extorsão, destruição e ocultação de cadáver e formação de quadrilha. Questionado sobre a pena de Frederico, considerado o líder da quadrilha, que foi menor comparada com a dos outros réus do processo, o promotor justificou com as reduções dadas a Flores por causa da semi-imputabilidade dele e pela confissão espontânea. "Ele foi o único réu a ser submetido ao laudo de insanidade, e a lei fixa para ele a redução. Se colocar a pena sem a redução, pegaria mais de 55 anos. Mas tem um laudo técnico feito por profissionais e eu não sou médico para questionar", disse.
Defesa recorre
Os advogados que defendem o réu Frederico Flores não gostaram da sentença. Ao ler a decisão do júri, o juiz Glauco Rodrigues informou que os defensores já haviam recorrido. "Queremos reduzir as penas aplicadas ao réu e aumentar os benefícios pelo confissão e a semi-imputabilidade. As penas foram fixadas de forma indevida", disse Quaresma.
O advogado também explicou os motivos que levam o réu a ficar preso em uma cadeia comum e não em um manicômio judiciário. "Não foi reconhecido a patologia que ele tem desde criança. Os laudos apontaram que ele é semi-imputável e não imputável", afirmou.
Próximos julgamentos
Os outros cinco acusados ainda aguardam julgamento. São eles: a médica Gabriela Corrêa Ferreira da Costa, o pastor evangélico Sidney Eduardo Beijamin, o advogado Luiz Astolfo, o garçom Adrian Gabriel Grigorcea e o ex-policial André Bartolomeu. A data dos júris ainda não foram marcadas pelo Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG).