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Estado de Minas

Familiares de empresários mortos consideram pena de Frederico Flores baixa

O líder do Bando da Degola foi condenado a 39 anos pelos assassinatos de dois empresários em um apartamento no Bairro Sion, na Região Centro-Sul de Belo Horizonte


postado em 12/09/2013 19:15

Julgamento do líder da quadrilha durou sete horas nesta quarta-feira(foto: João Henrique do Vale/EM/D.A.Press)
Julgamento do líder da quadrilha durou sete horas nesta quarta-feira (foto: João Henrique do Vale/EM/D.A.Press)

Familiares dos empresários assassinados e decapitados em um apartamento do Bairro Sion, na Região Centro-Sul de Belo Horizonte, em 2010, por um grupo que ficou conhecido como Bando da Degola, não ficaram satisfeitos com a pena aplicada ao líder da quadrilha, Frederico Flores. O réu foi condenado a 39 anos de prisão pelos crimes nesta quinta-feira.

A mãe do empresário Fabiano Ferreira Moura, de 36 anos, deixou o Fórum Lafayette chorando, mesmo com a condenação do réu, que confessou os assassinatos. Isso porque, a respostas que ela queria não foi respondida por Frederico Flores. “Quero uma resposta de onde está a cabeça e as mãos do meu filho. O corpo queimado eu sei onde que está”, disse Marvelina Ferreira.

Em relação a sentença, ela considerou que a pena foi muito baixa e completou afirmando que as famílias quem vão pagar pelos crimes. “De vítima eu passei a ré e fui condenada por uma pena grande pela minha vida inteira”, comentou lembrando da morte do filho.

A irmã de Rayder Santos Rodrigues, de 39, também questionou a dosimetria da pena. “Achei muito pouca a pena pelo que ele fez. Mas vamos fazer o que, é doente e é tão bonzinho, tanto que confessou” ironizou Rosane Rodrigues pelo fato do juiz diminuir a pena para o réu devido a confissão e um laudo que o considerou semi-imputável.

Entenda o caso macabro das decapitações de empresários em 2010:

7/4 Quarta-Feira
Segundo investigações da Polícia Civil, o garçom Adrian Grigorcea leva o genro, Rayder Rodrigues, ao apartamento de Frederico Costa Flores Carvalho, no Bairro Sion. Lá, o dono do imóvel, com dois policiais, amarram e torturam Rayder para conseguir informações sobre contas bancárias de suas lojas.

8/4 Quinta-Feira
No segundo dia, além de um dos policiais e de Frederico, um advogado e uma médica também estavam no apartamento e, à frente do computador, Rayder era obrigado a conseguir mais dinheiro com seu sócio, Fabiano Ferreira Moura, por meio de um programa de mensagens instantâneas.

9/4 Sexta-Feira
Rayder foi obrigado a sacar R$ 28 mil de bancos. O dinheiro foi entregue a Frederico. No mesmo dia, seu sócio, Fabiano, foi levado ao apartamento e pressionado a entregar a documentação de seu automóvel. Como não cedeu, os dois policiais o levaram para um quarto, onde foi estrangulado. Rayder teria sido drogado, antes de ser esfaqueado por Frederico repetidas vezes. Depois de matar, integrantes do bando teriam cortado dedos e cabeças das vítimas, para dificultar sua identificação.

10/4 Sábado
Os corpos foram jogados numa estrada que liga a BR-040 à Fazenda Rio de Peixe, em Nova Lima, na Grande BH. As cabeças foram escondidas em outro local, ainda não revelado. Depois disso, os autores teriam lavado os carros e o imóvel, promovendo um churrasco no apartamento. À tarde, seguranças de uma mineradora ligaram para a PM ao encontrar os dois corpos, carbonizados.

12/4 Segunda-Feira
De manhã, ao chegar no apartamento de Frederico, Adrian foi obrigado a sacar todo dinheiro que tinha sido transferido para sua conta dias antes, o que totalizaria R$ 150 mil. Mas, na agência, teve autorização para retirar apenas R$ 6,5 mil e fez programação para sacar R$ 70 mil no dia seguinte. Ao sair, teria sido obrigado por Frederico a avisar onde estava de hora em hora.

13/4 Terça-Feira
De madrugada, M. M. P. e C. R. O. se encontraram com Adrian, que confessou participação na ocorrência e foi pressionado a denunciar o crime. Pela manhã, a PM montou um operação para prisão, em flagrante, dos suspeitos.

14/4 Quarta-Feira
Às 4h, depois de 16 horas de depoimento, três suspeitos são levados para o Centro de Remanejamento de Presos (Ceresp) São Cristóvão e um policial é entregue à Corregedoria da Polícia Militar.

15/4 Quinta-Feira
Dois suspeitos citados no boletim de ocorrência se apresentaram no Departamento de Investigações para prestar depoimento e colaborar no caso. A médica Gabriela Ferreira Corrêa Costa e o cabo André Bartolomeu saem presos direto para a carceragem do Ceresp.

16/4 Sexta-Feira
Frederico mantém-se calado em depoimento aos policiais. Durante toda a tarde, agentes e delegados da Polícia Civil cumpriram mandados de busca e apreensão em oito imóveis de envolvidos.

17/4 Sábado
O ex-presidente da CUT, Carlos Calazans, denuncia ter sido torturado e ter sofrido uma tentativa de extorsão por Frederico Flores. Polícia busca cabeças no Parque das Mangabeiras, sem sucesso.

18/4 Domingo
Após missa de sétimo dia, irmão de Fabiano divulga nota, em nome da família, pedindo a apuração dos crimes e confirmando que Fabiano e Rayder mantinham um esquema de lavagem de dinheiro que movimentava somas milionárias, oriundo de falcatruas de agiotagem e contrabando. Ele acusou Frederico de ter construído uma rede de extorsão e chantagem.

19/4 Segunda-Feira
Polícia ouve novos depoimentos e suspende buscas por cabeças até a descoberta de novas pistas. Advogado de Frederico pede a suspensão de seus depoimentos, mesmo informais. Relação da empresa de Frederico com político e sindicalistas é confirmada.


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