A perícia da Polícia Civil esteve em uma fábrica de biscoitos, no Bairro Lindéia, Região do Barreiro, nesta sexta-feira para tentar descobrir as causas de uma explosão que matou uma funcionária durante a manhã. O local, que funciona na Rua Petúnias, 1.338, foi interditado por não possuir o Auto de Vistoria do Corpo de Bombeiros (AVCB) e nem alvará de localização e funcionamento da Prefeitura de Belo Horizonte.
As causas da explosão na Fábrica Petisco ainda são apuradas. Conforme os bombeiros, no local há um forno de 1,30 metro de altura e duas portas. Houve o acúmulo de gás dentro do objeto e, por algum motivo que ainda é desconhecido, explodiu. Uma das portas do forno foi arremessada e atingiu a funcionária Geise Horrara Santana Reis, de 19 anos, que limpava uma geladeira há poucos metros do local.
Com o impacto, a mulher acabou arremessada a uma distância de aproximadamente oito metros. No local havia outros três funcionários. Dois deles foram socorridos pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) com queimaduras e encaminhados para o hospital.
De acordo com o estudante Rafael Rodrigues, que testemunhou o acidente, o barulho foi muito forte. Ele estava sentado na calçada na porta de casa, em frente à fabrica. Segundo Rafael, os dois portões da loja foram arremessadas para fora e uma poeira tomou conta do imóvel.
Os militares do Corpo de Bombeiros foram até o imóvel e descobriram que ele não possuía laudo da corporação para funcionar. “Não podemos afirmar que a falta do documento ocasionou o acidente. Apesar de não ter o AVCB, o local possui central de gás, sinalização e extintor de incêndio”, disse o tenente Wilker Tadeu, que faz um alerta. “Apesar de ter a Central de Gás, sem o auto de vistoria dos bombeiros, o que comprovaria que ela foi feita ou não por uma pessoa especializada, se torna um risco iminente. Os bombeiros não tinha conhecimento desta fábrica, isso significa que era irregular”.
Os bombeiros informaram ainda que estabelecimentos estão sendo fiscalizados pela corporação, porém, a fábrica não havia sido visitada. O dono da fábrica, que não quis se identificar, informou que possuí alvará de funcionamento, o que ainda não foi confirmado pelos militares. A informação foi desmentida pela Regional Barreiro, que informou que o local não possui alvará e já havia sido notificado e multado por causa disso.
A vítima da explosão era sobrinha do dono da fábrica e trabalhava no local há um ano e meio como atendente e assistente. Ela deixa uma filha de 4 anos.