As investigações sobre um esquema de tráfico de crianças que foi descoberto pela polícia na última terça-feira deve ser concluída na próxima quarta-feira. O delegado Tito Barichello, da 3ª Delegacia de Betim, ouviu nesta segunda-feira Cláudia Gonçalves Denise Giani, que é funcionária da prefeitura de Betim e irmã de Eliane Cristina Gonçalves Figueiredo Azzi, de 37, que está presa suspeita de intermediar a venda do bebê. Também prestou depoimento o marido da Azzi, identificado como Alexandre.
O caso foi descoberto na última semana. Eliane Azzi foi presa em flagrante quando aguardava a alta de um recém-nascido no hospital. A mãe do bebê, Janaína Resende Carvalho, de 24, deu entrada com documentos falsos, não quis amamentar o menino, que nasceu no domingo, e despertou a desconfiança de assistentes sociais. No smartphone de Eliane, a polícia encontrou mensagens em que ela orienta Janaína a informar dados falsos e inventar uma história sobre a criança, que seria entregue a um casal de Porto Velho (RO).
O delegado Barichello não quis adiantar o teor dos depoimentos. Apenas informou que Cláudia Giani é suspeita de ter intermediado a internação de Janaina. Nesta terça-feira, uma psicóloga do hospital onde o bebê nasceu será ouvida. “Esse será a última testemunha a ser ouvida. A partir dai vamos comparar os depoimentos e concluir o inquérito”, disse o delegado.
A criança que seria vendida foi entregue para a adoção. Uma família já se interessou em ficar com o bebê e deve recebê-lo nos próximos dias.
Venda pela internet
Durante as apurações do crime, a polícia descobriu que a mãe do criança anunciou a doação do filho no blog querodoar.webnode.com.br. Na rede social, o blog usado por Janaína Resende virou fórum de discussão, inclusive com denúncias de pessoas que agenciam esse tipo de negociação. Os depoimentos mostram mães biológicas querendo doar filhos, normalmente alegando falta de condições financeiras, e famílias à procura de crianças.