Jornal Estado de Minas

Líder comunitário é preso por estupro da neta e de mais quatro meninas em Contagem

Aposentado abusava de influência que tinha como líder comunitário para ficar impune de crimes, mas acabou preso na Operação Impacto acusado de estuprar a neta de 13 anos e outras quatro meninas

Andréa Silva
José Gomes Nunes, de 63 anos, alega inocência - Foto: Reprodução/TV Alterosa
Aposentado, líder comunitário e acusado de abusar da neta de 13 anos e de outras quatro meninas desde 2010Esse é o perfil de José Gomes Nunes, de 63 anos, preso anteontem durante a Operação Impacto, realizada na capital, na Grande BH e em cidades do interior de MinasEle foi detido durante cumprimento de mandado de prisão e apresentado ontem na Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher de ContagemAs delegadas Laise Rodrigues e Mariana Nascimento afirmaram ter juntado provas que confirmam o crime de estupro contra a neta do idoso

O acusado é líder comunitário da Vila Pedreira Santa Rita, no Bairro Cidade Industrial, Contagem, Grande BH“O José Nunes é influente, bastante conhecido na comunidade pelos trabalhos sociais e até mesmo temido por sua ligação com alguns traficantes de drogasAs testemunhas ficaram com receio de fazer as denúncias, mas elas afirmaram que é comum a presença de crianças na residência dele, já que ele é doceiro”, informou a delegada Mariana

Segundo ela, o exame de corpo de delito na adolescente, que é neta de criação de Nunes, confirmou a violência sexual, mas deu impreciso sobre ter havido conjunção carnal.

Ainda segundo a delegada, o caso de estupro da adolescente veio à tona em 2012, quando a menina resolveu contar à mãeA mulher, que é filha de criação do aposentado, procurou a delegacia e revelou a violência sofrida pela filha e afirmou também ter sido abusada por ele quando criança.

Em depoimento, a menina confirmou o estupro“A vítima informou com detalhes sobre os atos libidinosos do avô, que vinha sofrendo desde seus 9 anos, mas alegou não ter havido relação sexualEm um dos abusos, ano passado, o neto biológico do suspeito participou da violência sexual
O adolescente, que confessou envolvimento, está com 16 anos e vai responder por crime análogo ao estupro”, informou a delegada Marina Nascimento

O idoso negou as acusações de violência sexual, disse estar sendo vítima de uma armação e que a filha de criação fez a cabeça da filha para confirmar a história, com a promessa de deixá-la namorar“Minha filha começou a me exigir R$ 5.000 alegando que tinha direito a uma parte da minha casaComo não atendi o pedido, ela afirmou que iria me prejudicarJá minha neta entrou nessa de me acusar só para poder namorarAs outras meninas que estão me acusando são todas coleguinhas da minha neta”, falou o aposentado.

Estudante de direito contra a lei

O representante comercial e estudante de direito Warley da Silva Braga, de 30, também foi preso anteontem durante a Operação ImpactoSegundo a Polícia Civil, mesmo enquadrado na Lei Maria da Penha, ele vinha descumprindo medida protetiva deferida pela Justiça à ex-mulher dele, perseguindo, agredindo e fazendo ameaças de morte contra a vítimaBraga também foi apresentado ontem na Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher de Contagem

Braga negou as denúncias de agressões e ameaças contra a ex-mulher, mas a delegada Laise Rodrigues afirmou ter ficado comprovada a violência, motivada por não aceitar a separação“O primeiro boletim de ocorrência foi registrado em abril deste ano, quando a vítima foi agredida em frente ao trabalho na frente dos colegas
Na ocasião, ela solicitou a medida protetiva que foi negada pela JustiçaEm agosto houve nova agressão”, disse a delegadaSegundo ela, no segundo registro de agressão, a vítima conseguiu a ordem judicial que determinava que o ex deveria manter distância mínima de 200 metros

Apenas dois dias depois de ter espancado a ex, Wesley Braga foi atrás dela novamente e,ignorando a ordem de restrição, fez ameaças, afirmando que criminosos de uma favela de Contagem iriam matá-laJá a versão do suspeito é outra

“Nos separamos porque resolvemos comprar um apartamento e minha mulher estava com restrição no nomeEstamos juntos há 18 anos  e temos dois filhosNos damos muito bem, continuamos a nos relacionar”, falou o suspeito, que disse ainda que ele e a mulher têm brigas normais, mas nada de violência“Posso ter dado um empurrão ou apertado o braço dela, mas não passou dissoNosso relacionamento só não é melhor porque infelizmente sou muito mulherengo e ela tem ciúmes”, alegou.