Jornal Estado de Minas

Construção do Centro Administrativo gera apreensão de moradores do Bonfim

Nessa quinta-feira, dois homens que estariam a serviço da PBH foram vistos fazendo medições topográficas na área, o que aumentou a angústia daqueles que temem uma possível desapropriação

Moradores do Bonfim, vizinho ao Complexo da Lagoinha, na Região Noroeste de Belo Horizonte, estão apreensivos com a possível implantação do futuro centro administrativo municipal, que concentraria a nova sede e as secretarias da prefeitura no bairro
Nessa quinta-feira, na Rua Além Paraíba, dois homens que estariam a serviço da PBH foram vistos fazendo medições topográficas na área, o que aumentou a angústia daqueles que temem uma possível desapropriaçãoO Decreto Municipal 15.252, de 28 de junho, define 16 lotes de duas quadras como de utilidade públicaOntem, em nota, a administração municipal informou que só vai se pronunciar sobre o assunto quando todos os detalhes do centro estiverem definidos.

A presidente da Associação Recreativa e Comunitária Amigos do Bonfim, Selma Cândida, está cautelosa“A questão é que faltam informações sobre o projeto, sua implantação e como vai afetar a região”, constatouSegundo Cândida, há duas semanas, durante audiência para tratar de outro assunto, o prefeito Márcio Lacerda disse que entre outubro e novembro deve falar publicamente sobre a proposta“Sem informações, não há como afirmar se a região será beneficiada ou prejudicada.”

Já o presidente da Associação de Moradores Bairro Lagoinha e Adjacências (Lagoinha Viva), Oscar Fernandes Vieira, adotou um tom crítico em relação à proposta“Desde a quarta-feira temos visto homens fazendo levantamento topográfico na área do BonfimIsso reforça as determinações do decreto, que pretende desapropriar famílias que estão aqui há geraçõesA comunidade local é formada por idosos, que viveram toda uma vida aqui e não pensam em deixar o bairro.”

A psicóloga Elzimar de Paoli, de 55 anos, demonstra especial preocupação com a situação, já que a casa em que moram seu pai, o aposentado Paulo Ricardo de Paoli, de 85, e o tio dela, Hélio de Paoli, de 87, está na área de desapropriação“A saúde de meu pai está bastante debilitada desde que o decreto veio a público
Eles moram lá desde que nasceram.”

Uma audiência pública foi agendada para 4 de outubro, pela Câmara MunicipalA expectativa é de que então moradores e comerciantes da região tenham informações seguras sobre as pretensões da administração municipal