A Prefeita de Ribeirão das Neves, Daniela Corrêa Nogueira Cunha, pediu, em audiência pública realizada nesta segunda-feira na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), que o Complexo Penitenciário José Maria Alkmin seja desativado. A unidade prisional daria lugar a uma universidade e também seria usada para eventos culturais. O encontro foi realizado para discutir o erro de grafia da Secretaria de Estado de Educação (SEE) que chamou o município da Grande BH de 'Ribeirão das Trevas' no Diário Oficial do Município (DOM).
Em relação ao erro, Daniela Cunha informou que aceitou as desculpas da secretária de Educação, Ana Lúcia Gazzola. “Recebi na quinta-feira, depois do ocorrido, a ligação da secretária lamentando o fato. Ela me disse que em 30 dias encontraria o culpado e tomaria todas as medidas cabíveis. Ainda não temos resultado, mas as investigações estão no prazo”, disse a prefeita.
O complexo penitenciário fica localizado no Centro da cidade, ao lado da Câmara Municipal. Como grande parte dos detentos é do regime semiaberto, eles vão até o local apenas para dormir. “A localização dele chega a ser uma afronta para a população. Como é um albergue, os presos ficam na praça o dia inteiro sem monitoramento. Por isso queremos a transferência de todos os presos para o presídio da parceria público-privada”, disse.
Com a transferência dos presos, a prefeita afirma que iria transformar o imóvel em universidade e também o usaria para eventos culturais.
Para o deputado Durval Ângelo (PT), presidente da Comissão de Diretos Humanos da ALMG, o problema da cidade pode piorar com a construção de mais oito unidades prisionais realizada por meio de parceria público-privada. Quando isso acontecer, Ribeirão das Neves terá 1/3 da população carcerária do Estado. “São trevas criadas pelo governo, e o povo não pode ser responsabilizado por isso. Não é uma questão só de uma brincadeira ou de um erro”, disse.
Investigação em andamento
O assessor de relações institucionais da SEE, Felipe Estabile Moraes, afirmou, durante a audiência pública, que foi aberto um processo administrativo disciplinar para identificar o responsável pelo erro de grafia. Os computadores da secretaria foram recolhidos para que técnicos da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) tentem identificar os autores.