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Estado de Minas

Comércio pede solução global para moradores de rua

Comerciantes querem que providências tomadas pelo município sejam estendidas a outros bairros que também sofrem com o problema. coordenador do Conselho CDL/Savassi, Alessandro Runcini, diz que pretende levar a discussão para toda a cidade, uma vez que o problema não está concentrado na Região Centro-Sul


postado em 25/09/2013 06:00 / atualizado em 25/09/2013 07:51

Na Feira do Padre Eustáquio, mulher vive em barraca(foto: Edésio Ferreira/EM/D.A Press)
Na Feira do Padre Eustáquio, mulher vive em barraca (foto: Edésio Ferreira/EM/D.A Press)


O pedido feito pela Câmara de Dirigentes Lojistas da Savassi de uma reunião de emergência com o prefeito de Belo Horizonte, Marcio Lacerda, para tratar da retirada os moradores de rua da Zona Sul repercutiu com lojistas de outras regiões da cidade. Eles querem que providências tomadas pelo município sejam estendidas a outros bairros que também sofrem com o problema. Em centros comerciais movimentados como os do Padre Eustáquio, Cidade Nova, Floresta e Barro Preto, os comerciantes reclamam da sujeira deixada por pessoas que vivem na rua e dos transtornos causados por elas, como abordagens para pedir dinheiro e uso de drogas.

Por trás de toda a polêmica está uma liminar que impede o estado e a prefeitura de recolherem pertences pessoais de moradores de rua. O coordenador do Conselho CDL/Savassi, Alessandro Runcini, diz que pretende levar a discussão para toda a cidade, uma vez que o problema não está concentrado na Região Centro-Sul."O que queremos é encontrar uma solução junto com a prefeitura. Não queremos apenas retirá-los da Savassi para que eles possam ir para outro lugar. Deve haver uma política assistencial."O coordenador avalia ainda que a liminar não é solução do problema. "É preciso apresentar propostas concretas para encaminhar moradores de rua aos abrigos da cidade", completa.

Na Feira Coberta do Padre Eustáquio (Fecope) o problema é recorrente. Lá é possível ver pelo menos sete moradores de rua todos os dias. O comerciante Rodrigo Santos Lopes é um dos que pedem que uma solução para o desafio contemple toda a capital. "Nunca tivemos problemas com roubos ou assaltos, mas a sujeira que eles deixam acaba atrapalhando o comércio", explica. Para o comerciante, é preciso fazer um trabalho social e acolher essas pessoas. "Não basta tirar de um lugar, pois eles vão aparecer em outro. Tem que haver uma medida eficaz para a cidade inteira", completa.

Na praça ao lado da feira, uma mulher montou uma barraca onde passa dias e noites. Pessoas da região contam que ela vive de doações e faz uso de bebida alcoólica e drogas diariamente. Na segunda-feira, um episódio chocou moradores e comerciantes da região, além de mostrar a vulnerabilidade em que vivem esses desabrigados. Um homem foi achado morto em uma barraca que ainda está montada debaixo da marquise da Feira do Padre Eustáquio. O colchão que ele usava está sujo de sangue e o mau cheiro se espalha pelo local. "Parece que ele estava morto havia dias. A polícia retirou o corpo e a barraca continua aí, exalando mau cheiro", afirma Rodrigo Lopes.

No Bairro Cidade Nova, os comerciantes também pedem providências efetivas. No centro comercial que fica na esquina das ruas Jornalista Túlio Berti e Nelson Soares de Faria, atrás da Feira dos Produtores, mesmo com uma cabine da Polícia Militar no local, os lojistas precisam pedir licença a desabrigados diariamente, ao abrirem as lojas. "Eles dormem na porta e nos corredores. Quando pedimos licença, alguns reclamam. Às vezes, deixam para trás cobertores, colchões", lembra o comerciante Sérgio Almeida.

No Bairro Floresta, comerciantes alegam que, por haver um serviço de acolhimento institucional na região, muitos sem-casa, mendigos e usuários de droga ficam nas calçadas, gerando um ambiente de insegurança.


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