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Estado de Minas

Boné da maconha some das cabeças de estudantes em Carmo da Mata

Diretora da Escola Estadual Joaquim Afonso Rodrigues, em Carmo da Mata, não acreditava que determinação provocaria polêmica


postado em 25/09/2013 06:00 / atualizado em 25/09/2013 08:27

Nessa terça-feira, a maioria dos alunos da escola evitou o uso do polêmico acessório(foto: Simone Lima/EM/D.A Press)
Nessa terça-feira, a maioria dos alunos da escola evitou o uso do polêmico acessório (foto: Simone Lima/EM/D.A Press)

 

Ao proibir o uso de bonés com o código 4:20, a diretora da Escola Estadual Joaquim Afonso Rodrigues, em Carmo da Mata, no Centro-Oeste de Minas, não imaginava que levantaria uma discussão sobre o assunto em todo o estado e acabaria virando “celebridade” no município. Júnia Paixão determinou a restrição, no início de setembro, sem pretensão de gerar polêmica. Duas semanas depois, o assunto tomou conta das redes sociais, da imprensa e as opiniões sobre o assunto divergem. Na cidade, não é diferente. Alguns apoiam a atitude da educadora, enquanto outros acham um exagero. Segundo Júnia, vários alunos vinham usando bonés com o símbolo, que, segundo ela, faz apologia ao uso da maconha. Ao ser informada por um professor sobre o significado do 4:20, ela decidiu pesquisar e, ao constatar o que era, resolveu fazer a restrição. “Não entendo porque isso se tornou polêmica. Trabalhamos com adolescentes em formação. Nossa obrigação é protegê-los e orientá-los. Muitos não sabiam o que aqueles números significavam. Apenas seguiam a moda.”

Com cerca de 1,2 mil estudantes, a escola atende alunos dos 11 aos 18 anos e alguns, segundo a diretora, são usuários de drogas. “Essa iniciativa serve de alerta até mesmo para os pais. Muitos não sabiam do significado desse código.” Para dar início à proibição, a educadora mobilizou os professores e explicou de sala em sala o que significava o boné.

Opiniões

Na escola, a diretora recebeu o apoio de alguns estudantes. É o caso dos amigos Alex Júnior de Oliveira, de 18; Cleiton Augusto de Freitas, de 17; e Max Teyller de Almeida, de 17. Os três fazem questão de ir de boné para escola, mas nada de usar símbolos que não conhecem. “Acho que pode influenciar sim, dependendo de quem usa. Já que tem gente que pode ser influenciado, acho que o que ela fez foi o que deveria ser feito. Sou a favor e meus amigos também”, disse Cleiton. Já a estudante Daniela Rodrigues, de 19 anos, discorda dos colegas. “Não tem nada haver! Cada um usa o que quer. Esse símbolo não significa nada. Não é porque a pessoa usa que está mexendo com droga”, afirmou.

Daniel Rodrigues, de 16, tem o boné e já chegou a ir à escola com ele, mas, contrariado, teve que deixar o acessório em casa. “Eu uso o boné na rua e não tem nada a ver. Não uso nada. Só acho legal”, disse. A dona de casa Maria de Fátima Rodrigues do Amaral, de 55, mora em frente à escola e ficou ao lado da diretora. “Criança não tem que fazer apologia a droga, tem que estudar. O boné tem que ser proibido mesmo.” A assessoria da Secretaria de Educação do estado informou que Júnia tem autonomia para decidir questões como essa e que ela tem o respaldo do governo de Minas para continuar a proibição.


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