A liminar foi concedida em 26 de setembro de 2012, a pedido da Defensoria Pública de Minas Gerais, que moveu ação civil pública contra a Prefeitura de BH e o governo estadualOs defensores alegavam querer proteger os direitos de hippies e artesãos de rua, presentes sobretudo na Praça Sete, no CentroDesde 2011, segundo o órgão, eles vinham sendo abordados por fiscais, que alertavam não ser permitida a atividade e, com a ajuda de policiais militares, confiscavam produtos e equipamentos de trabalhoA ação defendia que devia ser resguardado o “direito fundamental ao livre exercício da cultura”, com base em princípios como liberdade de expressão.
O juiz Geraldo Claret Arantes concordou com a defensoria e, ao deferir a liminar, determinou que deve ser permitido a hippies e artesãos confeccionarem e exporem “suas peças e objetos artísticos em via pública, podendo receber contribuições pecuniárias, sem prévio licenciamento”Caso desrespeite a decisão, a prefeitura pode pagar multa diária de R$ 5 mil, além de ser obrigada a devolver o material apreendidoO mérito da ação civil ainda não foi julgado“Esperamos que essa liminar caia”, diz a gerente de Monitoramento e Fiscalização da Secretaria Municipal Adjunta de Fiscalização, Raquel Guimarães“Temos que retomar os logradouros públicos, que pertencem a todos, não apenas a alguns.”
O Código de Posturas proíbe o “exercício de atividade por camelôs” em espaço público
“A fiscalização não se enfraqueceuO que aconteceu é que todo mundo que se apresenta como ‘artesão’ está protegido para ocupar o espaço público de forma desordenadaEssa liminar foi um marco para que, especialmente no Hipercentro, praças e ruas passassem a receber mais pessoas que estão irregulares perante a legislação municipal”, diz Raquel
A promotora Cláudia Amaral reconhece que, especialmente na Praça Sete, há ocupação indevida, por gente que vende o que quiserMas acredita que a prefeitura não tem feito sua parte“Junto aos artesão nômades há ambulantes comunsQuanto a eles, a prefeitura deveria fazer o trabalho dela normalmente.”