Somente nessa sexta-feira, um ano depois de uma liminar judicial garantir a atividade de ambulantes classificados como hippies e artesãos nômades nas ruas, a Prefeitura de Belo Horizonte deu início a levantamento do número dos trabalhadores protegidos pela decisãoA liminar abriu brecha para camelôs de todos os tipos atuarem livremente na capital, desrespeitando o Código de Posturas do MunicípioSegundo a promotora de Direitos Humanos, Cláudia Amaral, houve excesso de cautela por parte do município e a fiscalização é insuficiente.
Ontem à tarde, nove equipes com um total de 39 fiscais da Administração Regional Centro-Sul percorreram a Praça Sete, ruas do Centro e também da Savassi, na Região Centro-Sul, para fazer a contagem dos artesãos considerados nômades“Queremos saber quantos e quem são os protegidos pela Justiça”, disse o gerente de Licenciamento e Fiscalização Integrada da Centro-Sul, Willian Nogueira.
Ele admitiu que ainda não há critérios para definir quais ambulantes podem ser enquadrados como artesãos nômades e explicou que haverá um estudo para issoO relatório do levantamento nas ruas será concluído segunda-feira e entregue às secretarias municipais de Fiscalização e de Governo.
Uma representante dos artesãos da Praça Diogo de Vasconcelos, na Savassi, que se identificou apenas como Nina, reclama que somente agora, depois do caos instalado, segundo ela, a prefeitura começou a tomar a iniciativa para acabar com os camelôs infiltrados na atividade“Estão fazendo um levantamento quantitativo e não qualitativo do nosso trabalho”, disse Nina.
Embora amparados pela Justiça, os artesãos são alvo de reclamaçõesSegundo a Polícia Militar, na Praça Sete eles se envolvem em brigas e usam drogasComerciantes são contra sua permanência nas calçadas obstruindo a entrada de clientes na lojasOutros lojistas reclamam da sujeira