O projeto de instalar grades no entorno do Conjunto do Instituto de Aposentadorias e Pensões dos Industriários (IAPI) voltou a ganhar força, e assinaturas de moradores já estão sendo coletas em abaixo assinado que será encaminhado à administração municipal. O conjunto, que foi tombado pelo Patrimônio Histórico e Cultural do Município em 2007, fica na Avenida Antônio Carlos, no São Cristóvão, Noroeste de Belo Horizonte. O presidente da associação comunitária do residencial, Carlos Alberto Pinheiro de Mendonça, o Juninho IAPI, diz que depende de lei específica para que seja instaladas as grades, já que se trata de um bem público.
Mendonça acredita que 90% dos moradores vão assinar o abaixo assinado que será encaminhado à prefeitura para a criação de uma lei que permita a implantação da cerca. “Já tivemos aprovação dos moradores nas apresentações do projeto e agora estamos coletando as assinaturas”. A cerca com altura máxima de dois metros, seria em tela, e não interfere visualmente no conjunto”, garante.
O sonho de cercar o Iapi é tão antigo quanto o de sua revitalização, realizada no ano passado, depois de entregues as obras de pintura externa dos nove edifícios que compõem o complexo, além de intervenções no colégio, na Igreja de São Cristóvão, e a quadra esportiva que funcionam na área interna. No fim da década de 1990, quando o conjunto não era tombado, uma tentativa de fechar o espaço causou polêmica.
A cerca é uma maneira de preservar esse patrimônio. Temos como base a Lei 3802/84, que trata sobre os bens tombados pelo Patrimônio Histórico e Cultural do Município, e queremos conservar e proteger o IAPI, que tem área de 70 mil metros quadrados”.
O vendedor André Luiz da Silva, de 42 anos, nasceu e foi criado no Iapi e aprova a instalação da cerca. “Não queremos nos apropriar do patrimônio público.
SAIBA MAIS: UM SÍMBOLO DA INDUSTRIALIZAÇÃO
Um dos símbolos da industrialização de BH, o IAPI foi construído pela prefeitura em parceria com o instituto dos industriários. As obras foram iniciadas em 1944 e os prédios inaugurados em 1947, pelo prefeito Juscelino Kubitschek, logo depois do Conjunto Arquitetônico da Pampulha, mas os moradores só receberam as moradias três anos depois. O IAPI acabou sendo consequência da principal obra do governo JK na capital. Na época, a prefeitura iniciou a construção da Avenida Pampulha, hoje Antônio Carlos. Além da abertura da via, JK vislumbrou a construção do conjunto, incorporando a verticalização de prédios à cidade, para reduzir problemas habitacionais. Foi o primeiro empreendimento a usar blocos verticais na capital e também trazia como novidade as pontes flutuantes entre os edifícios, permitindo a circulação entre eles. O projeto é do arquiteto White Lírio Martins. Em 2007, o conjunto foi tombado pelo Conselho Deliberativo do Patrimônio Cultural de BH..