Moradores de Belo Horizonte devem fazer um ato em solidariedade aos moradores de rua que estão impedidos de frequentar alguns locais no Lourdes, na Região Centro-Sul de Belo Horizonte, principalmente na Praça Marília de DirceuO ato, marcado para 12 de outubro, é contra a decisão da Associação dos Moradores do Bairro de Lourdes (Amalou), que orientou os moradores e comerciantes para que não deem agasalhos e alimentos aos mendigos

O evento foi criado pelo Facebook por uma pessoa que se identifica como Mendigação“Moradores de rua que estão sendo exilados pela elite do bairro de Lourdes, daremos uma festa pra quem quiser e quem vier na praça pública Marília de Dirceu”, diz na postagem

Os organizadores pretendem fazer um sopão e entregar mantimentos aos moradores de rua“Se negam alimentos aos mendigos, faremos um sopão pra (Sic.) geralSe negam agasalhos, juntaremos a maior quantidade de blusas de frio, cobertores e afins que conseguirmos e doaremos pra quem precisarSe querem 'tranquilidade', botaremos nosso bloco na ruaE se acionarem os esguichos contra nós, faremos da praça uma praia”, afirmamEles se referem aos esguichos de água que são frequentemente ligados na praça

O presidente da Amalou, Jeferson Rios, disse, na terça-feira, que em nenhuma hora água foi jogada em moradores de rua“Nós não expulsamos mendigos porque estão ocupando a praçaSe encontrarem um mendigo que foi expulso, eu dou a mão à palmatóriaOs esguichos são para aguar a praça. O que acontece é que os mendigos botam os colchões na grama e, quando dá 7h, o jardineiro os convida a sair para que o gramado e as plantas sejam aguadasNão somos vilões, não jogamos água nas pessoas", explica Rios

Ele ainda critica manifestação marcada pelo Facebook e que já tem mais de 1000 pessoas com presença confirmada“A manifestação convocada para sábado é errada, não tem nada a verNão estamos contra, a gente até ajuda os mais pobres”

Rios cita uma ação de moradores da região: “O Jornal de Lourdes convoca os moradores a colaborar, a doar alimentos e roupas e nós ajudamos há seis anos a Creche União, no Bairro Luxemburgo, que fica perto do hospitalSão 200 criançasAs doações são levadas uma vez por semana pela minha mulher."