Jornal Estado de Minas

Multa a sujões ganha força na capital mineira

Prefeito de BH diz que punição para quem joga lixo na rua pode ser "melhor caminho" para evitar que detritos provoquem enchentes. Projeto estabelece multa de R$ 100

Juliana Ferreira
Garis trabalham no Centro: mais de 28 mil toneladas de lixo foram retiradas das ruas de BH este ano - Foto: Angelo Pettinati/Esp. EM/D.A Press
Jogar lixo na rua pode em breve render multa em Belo HorizonteO prefeito Marcio Lacerda sinalizou ontem ser favorável ao projeto de lei em tramitação na Câmara Municipal que, a exemplo do que ocorre no Rio de Janeiro, prevê que sujões paguem R$ 100 se forem flagrados pela fiscalização“Talvez o melhor caminho seja essa lei ser aprovada na Câmara”, disse, durante assinatura de convênio para obras contra enchentes, ao ser perguntado sobre medidas para evitar que o lixo provoque problemas no período chuvoso“Temos um problema cultural sérioAs pessoas pensam que rua é local de atirar detrito e, por mais esforço que se faça, isso permanece”, acrescentou


A afirmação de Lacerda reforça a postura da prefeitura de esperar a aprovação do projeto na Câmara para autuar sujões, embora especialistas e um documento da própria Superintendência de Limpeza Urbana (SLU) indiquem que uma lei aprovada em 2012 já permite aplicação de multa no valor de R$ 960Como mostrou o Estado de Minas no domingo, o projeto 612/2013, de autoria do vereador Joel Moreira (PTC), tem apoio de 21 vereadoresA reportagem do EM mostrou ainda que somente este ano a quantidade de lixo jogada nas ruas já superou 28 mil toneladas

Ao comentar ações para evitar que o lixo contribua para enchentes, o prefeito disse que agentes das nove regionais da cidade já estão empenhados na limpeza de córregos e bueiros“Esse é o trabalho mais importante nesse momento”, contaO prefeito disse que são feitas de quatro a cinco varrições por dia na Praça Sete e, mesmo assim, não é possível manter o espaço limpo, já que as pessoas ignoram os cestos e descartam o lixo pelas vias.

Obras

No evento de ontem, Lacerda anunciou três obras de combate a enchentes em BH que serão iniciadas no ano que vem

A prefeitura firmou um contrato de financiamento no valor de R$ 461 milhões com o Ministério das Cidades para intervenções de diminuição de risco em três pontos da capitalO córrego Cachoeirinha e os ribeirões da Pampulha e do Onça, que já provocaram inundações nas avenidas Cristiano Machado e Bernardo Vasconcelos, receberão o maior investimento, de R$ 334,97 milhõesSerá realizada a ampliação do escoamento, além de remoção e reassentamento de 1.300 famílias do bairro Ribeiro de Abreu

O prefeito disse que já se reuniu com lideranças comunitárias“A obra vai aumentar a massa de água que entra no córrego do Onça, e a mancha de inundação foi mostrada para elesO projeto do governo estadual da construção de uma nova ponte também demanda a retirada de algumas pessoasIsso deve começar já”, afirmouOs moradores serão levados para casas do Minha Casa, Minha VidaPelo menos 960 unidades habitacionais serão construídas próximo à regiãoUm dos projetos engloba uma área invadida na comunidade Zilah Spósito
Lacerda defende a reintegração de posse“Isso precisa ser feitoEsses movimentos são nossos adversários políticos e não respeitam as políticas de moradiaOportunistas de todo o tipo estão demarcando lotes na mataNessa área, poderemos fazer novos prédios”, disse.

Ainda na Pampulha, o córrego Ressaca terá o canal ampliado e haverá substituição de duas pontesTambém está prevista a revitalização dos córregos Flor d'Água e São JoséJá na Região Oeste, o córrego dos Pintos, que contribui para enchentes na Avenida Francisco Sá, receberá micro e macrodrenagem e a instalação de um canal paralelo de 1.200 metros, da Avenida Amazonas até o Ribeirão Arrudas