O ciúme pode ter motivado um crime bárbaro que chocou os moradores de Januária, no Norte de Minas Gerais. Na madrugada desta sexta-feira, um gari de 26 anos foi preso após confessar ter matado a ex-namorada, a mãe dela, o irmão e o padrasto. Todas as vítimas foram agredidas a facadas.
De acordo com a Polícia Militar (PM) da cidade, uma pessoa ligou para o 190 após ter visto uma mulher caída na Rua Barão de São Romão, no Centro da cidade, gritando por socorro. O denunciante ainda disse ter visto dois possíveis autores fugindo. A alguns metros da casa, os policiais interceptaram José Eustáquio Bitencourt de Oliveira, tentando escapar pela mesma rua. Os policiais fizeram a abordagem e ele confessou ter atacado a ex-namorada, J.A.V.S.G, de 17 anos.
Chegando ao endereço da denúncia, eles encontraram a adolescente caída na rua. Ela foi atingida por duas facadas no tórax e estava inconsciente. Perto dela, estava o corpo da mãe, a enfermeira Rosilene Vieira Gomes, de 35 anos. J. ainda foi socorrida pelos policiais militares, mas acabou morrendo no hospital. No local do crime, José disse aos policiais que havia mais dois mortos dentro da casa. Na residência, a PM encontrou o padrasto da menina, Daniel Alves Pereira, de 20 anos, e o irmão dela, L.E.V.P, de 14 anos. Os corpos das vítimas foram levados para o Instituto Médico Legal (IML) de Januária.
Ainda de acordo com a PM, mesmo com o fim do relacionamento, José Eustáquio disse que estava sendo traído por J. Por volta das 5h30, ele fez uma ligação para ela e pediu que fosse até o portão da casa, para que tivessem uma conversa. Assim que saiu, ele a esfaqueou. Ainda na versão do homem, Daniel Alves saiu da casa logo em seguida e, ao ver a adolescente ser agredida, partiu para cima dele e lhe deu um soco no rosto. José Eustáquio, que faz uso de calmantes, disse para a polícia que não sabe como atacou a ex-sogra e o irmão de J. O homem apresentava escoriações no pescoço e no rosto.
Investigações
O suspeito foi levado para a Delegacia de Polícia Civil da cidade. De acordo com a delegada Juliana Graice, responsável pelas investigações, as roupas usadas pelo gari estavam manchadas de sangue e foram recolhidas para a perícia. A polícia também deve investigar se há outra pessoa envolvida no crime. “O local do crime foi isolado, mas a arma não foi encontrada. Ele afirma que agiu sozinho, mas a denúncia feita para a PM diz que duas pessoas fugiram do local. Vamos apurar essa informação, tentar ver com vizinhos, já que não há testemunhas presenciais, mas as pessoas ouviram os gritos”.
Ainda segundo a delegada, José Eustáquio é trabalhador da limpeza urbana há cinco anos e não tinha antecedentes criminais. Durante o depoimento, ele reafirmou que faz uso de antidepressivos e que tentou se matar uma vez, embora não haja informações sobre o caso nos registros da PM ou da Polícia Civil. Ele deve ser encaminhado ao presídio local ainda nesta sexta.