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Estado de Minas FLUXO ATROPELADO

Alterações na circulação congestionam ainda mais o Hipercentro de BH

Mesmo com a presença de agentes de trânsito, alteração na circulação na Região Central provocou retenção de veículos que se estendeu aos viadutos do entorno ao longo do dia


postado em 08/10/2013 06:00 / atualizado em 08/10/2013 07:10

Alterações no cruzamento das ruas da Bahia e Caetés e Avenida Amazonas causou muitas reclamações(foto: PAULO FILGUEIRAS/EM/D.A PRESS )
Alterações no cruzamento das ruas da Bahia e Caetés e Avenida Amazonas causou muitas reclamações (foto: PAULO FILGUEIRAS/EM/D.A PRESS )



Em condições normais, motoristas já enfrentam dificuldades no trânsito de Belo Horizonte numa segunda-feira, principalmente no Hipercentro. Ontem, no primeiro dia útil de funcionamento das novas regras de circulação na Rua da Bahia e na Avenida dos Andradas, no entorno da Praça da Estação, o que se viu foi muita confusão e retenção no tráfego nos pontos onde houve mudanças. As filas de veículos tomaram o Viaduto Leste e se estenderam pela Andradas e Avenida do Contorno. Agentes da BHTrans e da Guarda Municipal tiveram muito trabalho para orientar motoristas e motociclistas que tentaram entrar em áreas proibidas. Algumas faixas de pano com informações sobre o trânsito ficaram enroladas e uma delas foi levada por um caminhão, prejudicando ainda mais a fluidez.

“Não consigo seguir pela Bahia direto, não?”, perguntou um motociclista que trabalha com entrega, no cruzamento das ruas da Bahia e dos Caetés e Avenida Amazonas, ponto crítico da nova circulação. Ao receber a resposta negativa, ele entrou inconformado na Amazonas. O vigilante Carlos Henrique Morais, de 36 anos, pilotava uma moto também e disse que a novidade complicou demais o trânsito no entorno: “Estou vindo da Antônio Carlos e está tudo parado. Só pode ser por conta disso”.

O comerciante Mário Cardoso Lopes, de 69, também achou tudo muito complicado. “A gente acaba seguindo o fluxo, sem ter muita noção do que está acontecendo”, disse ele. O ambulante Artur Gomes, de 46, reclamou por não poder seguir pela Bahia até a Rua dos Carijós, para chegar à Rua Espírito Santo. “Agora vou ter de subir a Amazonas e ver como consigo sair do outro lado”, reclamou, retido na fila de veículos na Bahia, entre Guaicurus e Caetés. Na Bahia, o trânsito ficou problemático com interdição de duas das quatro faixas, devido às obras do transporte rápido por ônibus (BRT).

Apesar dos transtornos, outros motoristas acreditam que o trânsito vai melhorar na região, como o administrador Félix Cordeiro dos Santos, de 28: “Não consigo imaginar que uma intervenção desse porte piore o trânsito. Depois que tudo estiver pronto, será mais fácil circular por aqui. A Rua da Bahia é um funil”.

Os transtornos vão além da Bahia. Com o acesso à Carijós fechado para quem seguia pela Andradas saindo da Região Leste, como Santa Efigênia, Santa Tereza, Pompeia e Esplanada, a confusão tomou conta do cruzamento. “Está muito mal informado. As faixas não deixam claro o que fazer”, reclamou o advogado Thiago Braga, de 24. No local há um canteiro que divide as faixas da Andradas. Como muitos motoristas se mantiveram à esquerda para entrar na Carijós, ficou muito difícil voltar para as faixas da direita para retornar pela Rua dos Tupinambás ao perceberem que o acesso estava fechado.

Segundo o gerente de Simulação de Transporte e Trânsito e Programação Semafórica da BHTrans, Marcos Antônio de Oliveira, o tumulto de ontem já era esperado pela empresa por conta da tradição da circulação na Bahia e pelo impacto normal causado por qualquer alteração. “As pessoas têm de aprender o novo caminho para que a novidade passe a funcionar corretamente. A previsão é que essa semana ainda seja um pouco complicado, mas, a partir da semana que vem, tenho certeza que estará bem melhor”, diz ele. Segundo o gerente, já foram entregues 10 mil panfletos com as mudanças e hoje serão distribuídos mais 10 mil.

Nova circulação a caminho

Mesmo com a nova circulação no entorno da Praça Rui Barbosa, as intervenções no Centro de Belo Horizonte e adjacências não chegaram ao fim. Serão feitas outras alterações na Rua da Bahia e Avenida dos Andradas, como a criação de ilhas no ponto triplo da Amazonas, Bahia e Caetés. Segundo a BHTrans, os obstáculos na região vão melhorar a passagem de pedestres, que terão faixa exclusiva ligando a calçada da Praça da Estação com a da Amazonas. Essa iniciativa vai beneficiar passageiros da Estação Central do metrô, que representam demanda significativa no local.

Já na Avenida Augusto de Lima serão eliminadas as duas conversões à esquerda nas ruas Curitiba e Espírito Santo, para agilizar o trânsito. Haverá intervenção também no cruzamento da Contorno com Avenida Tereza Cristina, mas a BHTrans não forneceu detalhes.

No Centro, a Rua Curitiba terá mão dupla entre a Contorno e a Avenida Oiapoque, assim como a Tupinambás, entre Afonso Pena e Curitiba. Haverá mudanças também no Viaduto A, que terá mão dupla até a Oiapoque, para garantir o acesso facilitado dos ônibus que chegarão ao Centro pela Avenida Antônio Carlos. A expectativa é de que as mudanças estejam implantadas quando o transporte rápido por ônibus (BRT) estiver funcionando. Segundo a empresa de trânsito, todas as alterações no entorno da Praça da Estação, hoje indicadas por placas temporárias e delimitadores móveis, serão concluídas com a construção de ilhas ou adequação de calçadas.


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