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Estado de Minas

Obras deixam motoristas sem rumo no Centro de BH

Mudança radical na circulação no entorno da Praça da Estação, no Centro de BH, busca adequação ao BRT, mas surpreende e desorienta motoristas e causa congestionamento


postado em 08/10/2013 06:00 / atualizado em 08/10/2013 07:10

Faixas como a colocada na Avenida dos Andradas não foram suficientes para auxiliar milhares de motoristas no Hipercentro(foto: PAULO FILGUEIRAS/EM/D.A PRESS )
Faixas como a colocada na Avenida dos Andradas não foram suficientes para auxiliar milhares de motoristas no Hipercentro (foto: PAULO FILGUEIRAS/EM/D.A PRESS )


“Minha vida é esta: subir Bahia, descer Floresta”. A célebre frase do cronista e compositor mineiro Rômulo Paes deixou de ser apropriada para motoristas que circulam no Centro de Belo Horizonte. A via, percorrida de ponta a ponta sem restrições, está agora segmentada em três partes. Considerada uma das mais radicais já implantadas na região, a nova circulação começou no sábado e causou transtornos e confusão no primeiro dia útil ontem. O objetivo da  BHTrans é buscar um rumo para o trânsito que se enquadre no funcionamento do transporte rápido por ônibus (BRT), uma das apostas para melhorar a mobilidade urbana numa das áreas mais conturbadas da cidade.

Cerca de 60 mil pessoas passam de carro e de ônibus diariamente entre as 8h e as 18h, no trecho da Rua da Bahia com Guaicurus. Os primeiros dias com a nova circulação exigem atenção e mudança de hábito de motoristas e pedestres. Até que todos se acostumem, quem passa pelo Centro fica perdido à procura da melhor direção.

No teste de ontem em meio ao trânsito pesado, as mudanças foram sinalizadas com cones e faixas. Nos próximos dias, os trechos receberão obras para implantação de baias com os limites de acesso. Agora, quem vem da Avenida do Contorno só pode seguir na Bahia até a Rua dos Guaicurus, onde houve interdição. Os motoristas que quiserem continuar pela Bahia são obrigados a entrar na Avenida dos Andradas, virar à direita na Caetés (que tem novo  sentido de circulação) e assim retornar à Bahia. No intervalo entre Guaicurus e Caetés, só passam quem que vem da Contorno, Andradas e do Bairro Floresta e quer acessar a Avenida Amazonas, sentido Praça Sete.

Com trânsito intenso e motoristas desorientados, houve confusão. Pedestres se arriscaram no meio dos carros à procura dos novos pontos de ônibus, e motociclistas furaram bloqueios no entorno da Praça da Estação. O tráfego mais lento do que o habitual formou filas que se estenderam pelas avenidas Antônio Carlos, Cristiano Machado, Andradas e Contorno. Pedestres, carros, placas temporárias e obstáculos físicos implantados pela BHTrans se misturaram no trecho, causando a impressão de confusão.

“São alterações profundas e de alto impacto porque apresentam mudanças conceituais na circulação do Centro. As pessoas terão de reaprender a andar nessa região”, afirmou o gerente de Simulação de Tráfego e Programação Semafórica da BHTrans, Marcos Antônio de Oliveira.

Até sábado, o motorista que quisesse percorrer a Rua da Bahia poderia sair da Contorno, ao lado da Praça Rui Barbosa, no Centro, e seguir até o limite dos bairros Funcionários e Santo Antônio, também na Contorno. As mudanças no Centro, não se resumem à Bahia. No último sábado também começou a funcionar um novo esquema de circulação na Avenida dos Andradas. Dois tempos de semáforos foram eliminados na via, com o objetivo de acelerar o fluxo no local.

ALTERNATIVAS

Quem quiser se livrar da confusão do trânsito na Bahia pode usar rotas alternativas. Quem sai da Floresta e segue para a Savassi tem a opção de passar pela área hospitalar, no Bairro Santa Efigênia. Mas quem vem da Contorno com o mesmo destino não tem muitas opções. O mais recomendável é passar pela Andradas, seguir até a Carijós e retornar à Bahia. Já quem segue pela Andradas, no sentido Sabará/Centro de BH, pode sair da Andradas na altura do viaduto da Avenida Francisco Sales, pegar a Avenida Alfredo Balena e seguir pela Afonso Pena até chegar à Praça Sete.

As mudanças dividem especialistas. Para o doutor em engenharia de transportes e diretor de consultoria da ImTraff, Frederico Rodrigues, elas foram positivas por reduzir estágios de semáforos, criar novas faixas de pedestre e priorizar o transporte coletivo.

Por outro lado, o consultor em transporte e trânsito Osias Baptista entende que as intervenções deixam a população apreensiva porque são feitas em meio a um canteiro de obras e sem a certeza de um plano definitivo para o Centro.


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