O suspeito de matar o bancário Ronaldo Araújo Caldas, na madrugada de quinta-feira, se entregou à polícia na tarde de ontem. Rafael Douglas Gonçalves dos Santos, 24 anos, foi encaminhado ao Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), prestou depoimento e foi liberado pelo delegado Marcelo Manna, responsável pelas investigações. Segundo a Polícia Civil, o prazo para o flagrante já passou e não havia mandado de prisão para manter Rafael detido.
De acordo com a polícia, Rafael foi até uma casa de recuperação em Brumadinho, na Grande BH, onde havia se internado para tratamento do vicio de drogas. Ele chegou no sábado à noite e pediu para ficar até domingo. Pela manhã, o interno contou para equipe da clínica sobre o crime e disse que pretendia se entregar. Os profissionais o levaram até a PM da cidade e militares encaminharam Rafael para o DHPP na capital. Ainda de acordo com a polícia, o jovem assumiu o homicídio.
Em entrevista à Rádio Itatiaia, o suspeito disse que era violentado desde os 14 anos por Ronaldo. Segundo Rafael, os filhos dele eram afilhados do bancário e suspeitava que acontecia algum abuso sexual também com as crianças. Rafael disse que é casado e nunca foi companheiro de Ronaldo.
Câmaras de segurança do prédio registraram a chegada de Rafael por volta de 1h30 e sua saída, às 3h. Segundo a polícia, ele telefonou para a ex-mulher dizendo que havia feito uma besteira e matado uma pessoa. Depois, teria apanhado alguns pertences em casa e fugido.
Conforme a polícia, Rafael é usuário de crack e tem passagem pela polícia. Ele não era aceito em casa pela mãe e morava com a namorada no Aglomerado Pedreira Prado Lopes, no Bairro São Cristóvão, Região Noroeste da capital. Segundo a polícia, a vítima ajudava financeiramente a família de Rafael, mas os dois haviam terminado o relacionamento havia um ano.
Às 7h15 de quinta-feira, uma irmã da vítima foi ao prédio, pois Ronaldo não atendia o telefone, e encontrou a porta do apartamento aberta e o irmão nu, morto na sala. Sobre o corpo, o assassino deixou um bilhete com a palavra “saúde”. Segundo a polícia, o apartamento não tinha marcas de arrombamento nem estava revirado.
(Com informações de Pedro Ferreira)