O delegado Geraldo do Amaral Toledo Neto, acusado de matar a ex-namorada adolescente Amanda Linhares Santos, 17 anos, está expulso da Polícia Civil de Minas Gerais. A demissão foi publicada nesta quarta-feira no Diário Oficial do Estado com justificativa de que, conforme inquérito instaurado pela Corregedoria da corporação, ele se comportou com “prática das transgressões disciplinares”. Embora Toledo esteja preso e tenha sido denunciado pelo Ministério Público por homicídio qualificado e fraude processual, o pedido de demissão feito pela Corregedoria se baseou em transgressão disciplinar cometida entre 2005 e 2007.
Quando Amanda foi baleada, em abril deste ano, Toledo já respondia a nove sindicâncias, dez inquéritos e dois processos administrativos na Corregedoria. Ele havia sido indiciado por lesão corporal contra a adolescente com quem mantinha um relacionamento amoroso. Natural de Pouso Alegre, o delegado atuou, além do Detran, na Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente e na Delegacia de Atendimento à Pessoa Deficiente e ao Idoso.
O crime contra a adolescente aconteceu no dia 14 de abril deste ano. Amanda e Toledo brigaram e a jovem foi baleada na cabeça. Testemunhas disseram que o casal estava no carro do policial, na estrada entre Ouro Preto e o distrito de Lavras Novas, na Região Central de Minas. O delegado nega que tenha atirado na adolescente, com quem mantinha um relacionamento marcado por desavenças, que geraram ocorrências policiais. A Justiça chegou a determinar que o policial não poderia se aproximar de Amanda. Porém, a advogada dele informou que seu cliente não chegou a ser notificado da decisão.
Pela versão do delegado, Amanda tentou se matar, mas provas periciais derrubam essa hipótese. Exames residuográficos nas mãos dela não acharam vestígios de pólvora. Segundo as investigações, Toledo buscou a jovem em Conselheiro Lafaiete e depois seguiram para Ouro Preto.
Depois de uma ligação à Polícia Militar avisando que o casal foi visto brigando na estrada, veio a informação de que Amanda havia sido deixada em unidade de pronto atendimento (UPA) da cidade com um tiro na cabeça. Funcionários da unidade de saúde informaram aos militares que o homem que a deixou no local disse que ela tentou o suicídio. O carro do policial, um Peugeot preto, foi apreendido e periciado. Amanda foi transferida para o Hospital João XIII, onde morreu em 3 de junho, após 51 dias internada.
(Com informações de Daniel Silveira)