Os laços afetivos entre a pequena ME., de 4 anos e 5 meses, e sua família biológica devem começar a ser construídos daqui a um mêsO acordo com os pais adotivos para o primeiro encontro com a menina foi firmado ontem, na Vara de Infância e Juventude de Contagem, depois que o Tribunal de Justiça devolveu a guarda aos pais biológicos, Robson Ribeiro Assunção e Maria da Penha Nunes, que comprovaram a reestruturação no lar, após serem denunciados em 2009 por maus-tratos.
A criança ficará cinco meses na casa dos pais adotivos passando por um período de adaptação e acompanhada por psicólogos e assistentes sociais do juizadoEm seguida, ela se encontrará com os seis irmãosA expectativa é que ao fim do programa de reinserção MEesteja preparada para visitas e possa retornar definitivamente à casa dos pais biológicos“Não pode ser amanhãA criança não pode ser reduzida a um objeto, deve prevalecer o amor das duas famílias”, disse o advogado de Robson e Maria da Penha, Adriano Lúcio dos Santos
A audiência de conciliação foi marcada pelo entendimento entre as famíliasRobson Assunção disse que agora tem condições de criar os sete filhos com a mulher, que faz tratamento psiquiátrico semanalmente
Mas, aos prantos, a mãe adotiva, Liamar Dias de Almeida, afirmou que não vai desistir“Não é o fimNada vai fazer com que eu deixe de ser sua mãeMãe é quem cria, quem educa”, disse ela, que se mostrou descrente com o processo de adoção no país“Não adote, não caia nessa friaNão desejo essa dor nem para meu pior inimigo”
O marido, Valbio Messias da Silva, foi além e afirmou que a decisão é o “fim da adoção do país”