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Estado de Minas

Novos radares deverão colocar freio no abuso na Fernão Dias

Até dezembro 19 radares de controle de velocidade serão instalados na rodovia, onde acidentes e mortes aumentaram


postado em 19/10/2013 06:00 / atualizado em 19/10/2013 07:03

Estrutura de um radar já está montada no trecho da Fernão Dias em Brumadinho, na Grande BH. Serão 13 na parte mineira da estrada(foto: Paulo Filgueiras/EM/D.A PRESS)
Estrutura de um radar já está montada no trecho da Fernão Dias em Brumadinho, na Grande BH. Serão 13 na parte mineira da estrada (foto: Paulo Filgueiras/EM/D.A PRESS)

Os 562 quilômetros da Rodovia Fernão Dias, que liga Belo Horizonte a São Paulo, receberão 19 radares até dezembro. Serão 13 no trecho de 474 quilômetros em Minas e seis nos 88 quilômetros no estado vizinho, instalados pela Autopista Fernão Dias, que detém a concessão há cinco anos. Os equipamentos de controle de velocidade (60 km/h a 90 km/h para ônibus e caminhões e 80 km/h a 110km/h para carros e motos, dependendo do trecho) vão conter o aumento do número de acidentes de mortes, devido principalmente ao abuso de motoristas. De janeiro e setembro, 123 pessoas morreram em cerca de 5,5 mil acidentes entre o km 477, em Contagem, na Grande BH, e o km 951, em Extrema, no Sul de Minas, 35% a mais do que o mesmo período do ano passado, quando ocorreram 91 e 5,3 mil, respectivamente.

Para o professor de pós-graduação em engenharia rodoviária da Fumec Luiz Carlos Soares, a duplicação não é suficiente para evitar acidentes. “O controle da velocidade é muito importante, especificamente em Minas, região montanhosa que aumenta o risco de acidentes e os radares são são mais necessários”, avalia.

O inspetor Aristides Junior, assessor de impresa da Polícia Rodoviária Federal (PRF), considera a Fernão Dias a melhor rodovia do estado, o que leva motoristas a abusarem da velocidade. “Com a duplicação saem as colisões frontais e entram capotamentos, saídas de pista, entre outros acidentes causados pelo excesso de velocidade. O radar é um instrumento para frear esse problema”, diz Júnior.

Apesar de garantir que até dezembro os radares estarão instalados, o diretor-superintendente da Autopista, Helvécio Tamm, não garante a data em que começarão a multar. “Não temos o poder de autuar, temos a obrigação de fornecer o equipamento, porque quem autua é a PRF. A Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), que é a reguladora, está definindo convênio com a PRF para emitir as autuações”, informou.

Dos 13 radares em Minas, sete ficarão no sentido São Paulo e seis no sentido BH. Segundo Helvécio Tamm, os locais foram escolhidos conforme a concentração de acidentes graves, como as serras de Igarapé, Itatiauiçu, Itaguara (Grande BH) e Camanducaia (Sul). Apenas um equipamento vai multar entre BH e Betim, mesmo sendo um dos trechos mais violentos do país, de acordo com estudo divulgado no início do ano pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). “No trecho urbano de BH, Contagem e Betim ocorrem muitos acidentes, mas de menor gravidade”, completa Tamm.

Hoje existem 460 radares nas rodovias federais mineiras sob responsabilidade do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) e 240 nas estradas estaduais, administradas pelo Departamento de Estradas de Rodagem de Minas Gerais (DER/MG).


DE OLHO NA VELOCIDADE
Pontos da Fernão Dias que receberão radares

» Km 493, sentido SP (Betim)
» Km 524, sentido SP (Brumadinho)
» Km 528, sentido SP (Brumadinho)
» Km 568, sentido BH (itaguara)
» Km 600, sentido BH (Carmópolis de Minas)
» Km 618, sentido BH (Oliveira)
» Km 643, sentido SP (Santo Antônio do Amparo)
» Km 653, sentido SP (Santo Antônio do Amparo)
» Km 712, sentido BH (Carmo da Cachoeira)
» Km 886, sentido BH (Estiva)
» Km 907, sentido BH (Cambuí)
» Km 920, sentido SP (Camanducaia)
» Km 923, sentido SP (Camanducaia)


Contorno gera reclamações

Marcos Pereira diz que novo trecho viário prejudica moradores(foto: Paulo Filgueiras/EM/D.A PRESS)
Marcos Pereira diz que novo trecho viário prejudica moradores (foto: Paulo Filgueiras/EM/D.A PRESS)
Uma semana depois de inaugurado, o contorno de Betim, trecho de oito quilômetros da Fernão Dias, opção para evitar passagem pela cidade da região metropolitana, divide opiniões. Enquanto alguns aprovam a novidade, que vai do Metropolitan Shopping até o posto da Polícia Rodoviária Federal (PRF), outros criticam a sinalização e a divisão criada em bairros cortados pela nova alça.

O porteiro Marcos Pereira, de 32 anos, morador do Bairro São João, entende que a estrada não dá acesso à região e cortou a passagem que os moradores usavam para o Bairro PTB. “Não tem entrada e saída para o bairro a partir do contorno, mesmo às margens da pista. Além disso, precisamos de passarela para o PTB, onde fica o posto de saúde”, disse. Quem vem pela via expressa e quer acessar o contorno também reclama, alegando que a mudança de faixas é muito brusca, saindo da pista mais à direita para a que está mais à esquerda.

O diretor-superintendente da Autopista Fernão Dias, Helvécio Tamm, informou que afirmou que a empresa vai estudar a possibilidade de a passarela para o São João e encaminhar à Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT). Sobre as dificuldades de acesso e retornos, ele garantiu que a situação tende a melhorar quando as pessoas se acostumarem. “Esses oito quilômetros foram projetados para o trânsito de longa distância. Acessos de entrada e saída para o bairro poderiam comprometer a segurança no trecho e são válidos desde que pensados em desnível”, disse.

O prefeito de Betim, Carlaile Pedrosa (PSDB), prometeu enviar ofício à ANTT pedindo a municipalização do trecho que antes recebia o tráfego que agora desviado para o contorno. Segundo ele, são apenas seis quilômetros entre o posto da PRF e o PTB. “Dessa forma poderíamos resolver demandas que já são urbanas mais facilmente, sem necessidade de passar pela concessionária e pela ANTT”, afirma. O diretor-geral da ANTT, Jorge Bastos, afirmou que vai estudar a solicitação.


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