A execução do criminalista Jayme Eulálio de Oliveira, de 37 anos, às 19h15 de ontem, quando ele chegava a seu prédio dirigindo um Ford Fusion, pode ter sido motivada por retaliação de algum traficante insatisfeito com a defesa promovida pelo advogadoEssa é uma das hipóteses levantadas pela Polícia Civil e também por colegas de profissão da vítimaO crime ocorreu em frente ao número 48 da Rua Cecília Fonseca Coutinho, no Bairro Castelo, Região da PampulhaMais de 40 tiros foram disparados de uma pistola ponto 40 e de um fuzil 556, contra o veículo em que Jayme estavaAs armas são de uso exclusivo das Forças Armadas e da polícia.
O advogado estava bem financeiramente, morava em uma cobertura e estava vendendo outro carro, um Hyundai ix35 ano 2010, para uma amiga“Ele ficaria com meu Kia Soul e eu voltaria R$ 68 milFui ver o carro no prédio dele, na segunda-feira à noite, e o encontrei na rua conversando com dois homensAssim que eu cheguei, os homens foram embora e fomos ver o carro”, contou a mulherImagens das câmeras de segurança do prédio, entre elas uma direcionada justamente para a entrada da garagem, podem identificar os suspeitos.
Já o advogado Jean Robert Júnior, amigo da vítima, disse ter certeza de que a morte está relacionada com algum cliente insatisfeito“Se quisessem roubá-lo, teriam levado o carro, a carteira e o celularNão levaram nada e deram mais de 40 tiros”, disseA vítima não teve tempo nem de desligar o carro, que permaneceu assim por mais de três horas, durante o trabalho da perícia“Jaime defendia muita gente perigosa do tráfico de drogas”, reforçou Jean Robert.
Colegas da vítima, inclusive o delegado da Furtos de Veículos Marcos Alves, que conhecia o advogado, disseram que Jayme era tranquiloEra casado com uma corretora de imóveis, que deixou de trabalhar para cuidar do filho que completa 4 anos em dezembro“Ele já preparava a festa de aniversário do menino”, disse GlauberJayme era esportista e saía do escritório direto para a academia, onde lutava jiu-jítsuTambém gostava de pilotar carros de corrida“Ele vivia para a mulher e o filho
Moradores do bairro reclamam do alto de índice de assaltos, mas alegam que os casos só ganham repercussão quando a vítima é um jogador de futebol famoso, como tem acontecido com frequênciaO 34º Batalhão da PM, que atende a região, disse que houve redução dos roubos no bairro.