Oito pessoas já foram ouvidas no inquérito que apura o assassinato do advogado Jayme Eulálio de Oliveira, de 37 anos, e pelo menos quatro suspeitos de ter praticado o crime apontados por testemunhas são investigados“Temos alguns problemas profissionais da vítima que podem conduzir à autoria do crimeSão três ou quatro vertentes sob investigação”, disse o chefe do Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP), delegado Wagner Pinto de SouzaPor volta das 19h de terça-feira, o advogado chegava a seu prédio no Bairro Castelo, na Região da Pampulha, quando foi abordado por dois homens encapuzados, que o aguardavam em um Palio Weekend verdeO advogado parou o carro para entrar na garagem e o veículo foi alvejado por cerca de 40 tiros.
Wagner Pinto não descarta a possibilidade de as armas usadas no crime, uma pistola ponto 40 e um fuzil 556, de uso exclusivo das Forças Armadas e das polícias Civil e Militar, terem sido furtadas semana passada da 180ª Companhia do 36º Batalhão da PM“Não é todo dia que matam alguém com fuzilAs armas furtadas são do mesmo calibre das usadas no crime”, disse“Mandamos ofício à PM solicitando informações sobre as circunstâncias do furto, quais os procedimentos adotados e quantas armas foram levadas”, acrescentouAo Estado de Minas, o subcomandante do 36º Batalhão, major Cássio Gomes, informou que quatro pistolas .40, um fuzil calibre 556 e uma carabina ponto 40“Um Inquérito Policial Militar foi instaurado para apurar o extravio de armas”, disse o militar.
O fator preponderante em um crime de homicídio é esmiuçar a vida da vítima sob a ótica social, familiar, econômica e profissional, disse Wagner Pinto“Estamos levantando onde ele ia, o que ele fazia, quais os processos em que trabalhava, se tinha dívida ou relacionamentos paralelos”, afirmou
SEM DETALHES
O delegado que comanda as investigações, Rodrigo Bossi, disse que são duas linhas investigativas principais e três secundárias, mas não dá detalhes sobre elas“Pode haver conexão entre as duas histórias, em relação ao envolvimento de uma organização criminosa e ao extravio de fuzilAs coisas estão batendo, mas não temos elementos objetivos que confirmem isso”, disse ele, que não descarta a possibilidade de envolvimentos de policiais no crime.
Além de analisar as imagens de segurança que registraram o homicídio, nas quais aparecem dois homens não identificados atirando e fugindo num Palio Weekend verde, a polícia conseguiu imagens do prédio em que são vistos dois homens conversando com a vítima, um dia antes do crime
O o chefe do DHPP se reuniu com três advogados da comissão formada pela Ordem dos Advogados do Brasil (OAB/MG) para acompanhar as investigações“Precisamos trocar informações que interessam às investigações”, disse Wagner Pinto