Jornal Estado de Minas

Batalhão da faxina patrulha ruas de BH

De olho na chuva e no Natal, prefeitura cria força-tarefa para tentar combater infrações em 72 vias de maior movimento. Com poucos fiscais, Guarda Municipal se transforma em reforço

Jorge Macedo - especial para o EM
Ação de ambulantes está entre alvos das equipes formadas por fiscais e guardas, que atuarão das 8h às 18h nas regionais - Foto: Ângelo Pettinati/EM/D.A.Press


Lixo na calçada fora do horário, publicidade em placas no passeio e em faixas, camelôs, entrega de panfletos, areia e brita atrapalhando o tráfego de pedestres..essas e muitas outras irregularidades nas quais se tropeça todos os dias pelas ruas de Belo Horizonte serão o alvo das patrulhas Fiscaliza BH, montadas pela Prefeitura de Belo Horizonte com a tarefa de “limpar a cidade” a partir da sexta-feiraDurante 10 horas a cada dia, cinco equipes, com sete agentes cada, vão combater as principais infrações referentes a posturas urbanas, limpeza pública, obras e controle ambiental na cidadeA ação tem a meta de, sem aumentar o número atual, de 400 fiscais, atacar os principais problemas que emporcalham 72 vias públicasDos 35 servidores envolvidos no programa, 20 são da área de fiscalizaçãoSem ampliar o quadro do setor – o último concurso foi há 13 anos –, a prefeitura lançou mão de agentes da Guarda Municipal, que vão reforçar as abordagensSerão dois guardas por equipe, além de um motoristaMas, entre os representantes do corpo fiscal, há ressalvas sobre a iniciativaDe acordo com o sindicato da categoria, ações pontuais não vão resolver o problema.

De fato, basta dar uma volta por ruas e avenidas da capital para ver a dimensão do desafioO Estado de Minas percorreu alguns dos corredores por onde a patrulha deve passar e constatou uma avalanche de irregularidadesAs avenidas Alfredo Balena e Francisco Sales, na região hospitalar (Centro-Sul), estão tomadas pelo comércio ambulante
Por lá há de tudo: de sombrinhas a capas de celular, de brinquedos a cigarros, entre outras bugigangasO camelô Juarez Antônio, de 45 anos, admite que trabalha nas ruas de BH há 30 e que sua rotina é correr dos fiscais“Quando eles passam, a gente sai da ruaDepois voltamos”, confessaEle conta que em algumas situações já teve a mercadoria apreendida e levou prejuízo“Mas preciso trabalhar e é daqui que tiro meu sustento”, diz

As infrações ao Código de Posturas também são vistas nos passeiosNa Avenida Francisco Sales, por exemplo, um restaurante expõe placa com informações sobre o almoço, justamente no local de passagem dos pedestres, o que é proibidoFaixas anunciando venda de imóveis também podiam ser vistas ontem na Avenida Brasil, em frente à Igreja de Santa Efigênia, e na Rua Alabastro, no Sagrada Família, essa última já na Região Leste

De acordo com o secretário municipal adjunto de Fiscalização, Alexandre Salles Cordeiro, a força-tarefa tem finalidade preventiva, mas está relacionada também ao atual período, considerando a chegada da estação chuvosa e a aproximação do Natal, quando mais pessoas circulam pelas ruas
“Vamos reforçar as ações de rotinaÉ um esforço que estamos fazendo para combater os problemas que tanto prejudicam o visual da cidade”, afirmaEle explica que a escolha dos 72 corredores foi feita pelas administrações regionais e o número de vias pode ser aumentado após o início do trabalho, que será permanenteOs grupos vão atuar entre as 8h e as 18h“Pela manhã, as cinco equipes vão para cinco regionais e depois vão se deslocar para outras partes da cidade.”