Jornal Estado de Minas

Polícia mostra as rotas dos criminosos em BH

Levantamento mostra a existência de nove zonas quentes em BH, onde os bandidos agem de maneira mais frequente, atemorizando a população

Guilherme Paranaiba Juliana Ferreira
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O combate aos roubos em Belo Horizonte deve se concentrar em nove zonas quentes espalhadas por seis regiões da cidade, segundo informações da Polícia CivilA maioria dos quase 21 mil crimes desse tipo registrados de janeiro a setembro está concentrada em áreas de comércio forte, onde há muito dinheiro em circulação, como Venda Nova e o HipercentroNo Centro, destaca-se a área formada pelas avenidas Afonso Pena, Amazonas, Santos Dumont e Rua CuritibaPerto dali, outra zona que concentra o crime é o entorno do Viaduto Santa TerezaEm Venda Nova, são considerados locais mais perigosos os bairros Parque São Pedro e Venda Nova, nas proximidades da Avenida Vilarinho, e o Bairro Céu AzulNa mesma macrorregião mais duas zonasEm uma delas estão os bairros Vila Clóris, Jaraguá, Liberdade, Planalto, Itapoã e Heliópolis (Norte e Pampulha)Na outra, o entorno das avenidas Saramenha e Waldomiro Lobo, no Bairro Guarani (Norte)

Fechando a lista das nove zonas quentes estão a Avenida Nossa Senhora do Carmo, especialmente nas proximidades dos bairros Santo Antônio e São Pedro (Centro-Sul), o entorno do Minas Shopping, Bairro Palmares (Nordeste), e a Avenida Abílio Machado, ao longo do Bairro Alípio de Melo (Noroeste)O delegado Anderson Alcântara, chefe do 1º Departamento da Polícia Civil, explica que o perfil de cada zona quente varia“No Hipercentro, por exemplo, em 66% das ocorrências a vítima é o transeunte e 9,9% são estabelecimentos comerciais”, diz o delegado
Já em Venda Nova, também é comum assalto a passageiros de ônibus no interior dos coletivosNa Nossa Senhora do Carmo e em volta do Minas Shopping, além dos pedestres, também são vítimas os motoristas, abordados dentro de veículos em congestionamentos.

Quem já foi vítima de criminosos em um desses endereços é a psicóloga Carolina Silveira, de 34 anos, moradora do Bairro São PedroAndar pela cidade se tornou um suplício após ser assaltada duas vezes somente neste anoO primeiro roubo foi em frente ao prédio onde mora, na Rua Viçosa, em junho“Estava esperando meu filho chegar da escola e um cara armado pediu meu celularEle apontou a arma para o porteiro também”O segundo crime ocorreu em agosto, quando caminhava pela Rua Padre SeverinoDois suspeitos em uma moto mostraram um revólver e a ameaçaram de morte“Antes eu não tinha receio, passeava por BH inteiraDepois, virei outra pessoa
Ficava com o coração disparado, tinha medo até dentro de casa, parei de sair à noite”, conta.

Objetos do desejo

Na lista dos objetos mais procurados pelos bandidos estão celulares, joias, eletrônicos e dinheiro“São os itens de capitalização mais fácil e rápida para os ladrões”, afirma o delegado Anderson AlcântaraEle também chama a atenção para o perfil dos criminosos“No Hipercentro, a maioria dos assaltantes usa objetos cortantesNos demais lugares emprega-se a arma de fogo por conta da proximidade com aglomerados”, dizO delegado afirma que a Polícia Civil já tem ações em curso para identificar os alvos e retirá-los das ruas“Estamos trabalhando para descobrir os vínculos entre os ladrõesDessa forma, podemos comprovar o crime de formação de quadrilha e tirar por mais tempo essas pessoas de circulação”, completa.

Com relação à Polícia Militar, a coronel Cláudia Manoel, comandante do Policiamento da Capital (CPC), informou que uma das ações para reduzir a criminalidade é atuar de forma integrada com foco nas áreas onde há concentração de certa modalidade de crimes violentosAinda foi decidido que o contingente do Batalhão de Trânsito vai agir no combate aos crimes contra o patrimônio nas áreas mais críticasMilitares do Comando Especializado, da Academia da PM e do Batalhão Metrópole também estão atuando nesses locais

A PM também está fazendo operações preventivas nas áreas mais perigosas“As estatísticas apontaram regiões que demonstram concentração de crimes contra o patrimônio, identificando o local, o dia da semana e horário em que os fatos têm ocorridoTemos feito operações preventivas nesses locais”, disse a coronelPor fim, a militar disse que são feitas reuniões periódicas com a população, para orientá-la a ficar menos vulnerável à ação dos criminosos: “São passadas orientações aos moradores de como tomar determinadas precauções para evitar crimes contra o patrimônioSão passadas dicas para que as pessoas auxiliem a polícia e denunciam pelo disque-denúncia 181, para que a gente possa identificar quem age de forma reincidente”, disse