Jornal Estado de Minas

Explosões de caixas eletrônicos crescem 26% em Minas

Número de ataques sobe em Minas em 2013, apesar de prisões e investigações sobre quadrilhas. Foram 280 casos até setembro, aumento de 26%

Landercy Hemerson

A repressão a quadrilhas especializadas em explodir caixas eletrônicos, que no ano passado assustaram Minas com centenas de ataques, ainda não foi suficiente para reduzir o número de crimes do tipo no estado em 2013

Balanço da Secretaria de Estado de Defesa Social (Seds) indica que a modalidade de assalto com uso de dinamite continua em alta este ano: foram 280 explosões de janeiro a setembro, bem-sucedidas ou nãoO número é 26,6% maior que o registrado no mesmo período do ano passado, quando houve 221 casosEm média, há um ataque por dia no estadoO caso mais recente ocorreu na madrugada de ontem em Jacutinga, no Sul de MinasBandidos detonaram os equipamentos de uma agência que já havia sido atacada em fevereiro

O uso de explosivos para roubar bancos se tornou mais frequente em Minas no ano passadoEm agosto, quando o número de casos chegou a 192, a Seds anunciou a criação de uma força-tarefa específica para combater o crimeDesde então, a polícia tem feito prisões e desarticulado quadrilhas especializadasNa semana passada, a Polícia Civil apresentou 12 suspeitos de integrar a quadrilha responsável por várias explosões de caixas eletrônicos na Grande BH e de participar de roubo de mais de 200 quilos de dinamite de uma mineradora em SabaráApesar das ações, os números ainda seguem em alta.

“O que posso falar é o que está sendo feito, e isso é muito trabalho”, disse a secretária-adjunta de Defesa Social, Cássia Gontijo
“Vamos insistir nesse trabalho conjunto, que é o caminho para combater toda e qualquer criminalidade, com a união de forças, policiais e da sociedade”, completouSegundo a Seds, houve 184 prisões este ano por furto a caixas eletrônicos com uso de explosivos, 46 delas na Grande BHCássia Gontijo acrescentou que houve entre 20 e 30 ações policiais bem-sucedidas desde a criação da força-tarefa.

Além da Grande BH, uma das regiões que mais preocupam autoridades policiais é o Triângulo MineiroSegundo a Seds, 8% dos ataques a caixas eletrônicos este ano ocorreram em locais próximos de ItuiutabaA Polícia Militar informa que houve 23 ataques na região em 2013“O planejamento é o que está em execuçãoÉ trabalhar com inteligência, identificação e mapeamentos dos criminosos, com prevenção, com fiscalização das mineradoras e lojas de explosivos e repressão qualificada com a prisão”, disse Cássia GontijoEla prevê que, na Grande BH, os ataques comecem a diminuir com a prisão da quadrilha feita na semana passada pela Polícia Civil“A quadrilha era numerosa e responsável por grande parte dos ataques na região metropolitana e em cidades em um raio de 100 quilômetros”, afirmou

Uma das estratégia da força-tarefa é trabalhar com prevenção
Segundo a Seds, algumas instituições financeiras já estão instalando canhões de fumaça, por exemplo“É um mecanismo para coibir a ação criminosaO equipamento, numa tentativa de quebra da porta ou dos terminais, é acionado e solta uma quantidade de fumaça, que não permite ao criminoso enxergar o que está fazendo”, disse Cássia Gontijo“Entendo que a força-tarefa tem conseguido um avanço até pela manutenção do grupo, com um trabalho constanteDessa forma, a criminalidade pode ser combatida não só pelas forças de segurança, mas com participação dos representantes dos bancos”, acrescentou

 

 280

ataques a caixas foram registrados de janeiro a setembro de 2013

221
casos foram registrados no mesmo período de 2012 no estado

26,6%
aumento dos ataques em 2013 em comparação com o ano passado

 

 

Enquanto isso, BA e ES aderem a operação

Representantes da Bahia e  do Espírito Santo aderiram ontem à Operação Divisas Seguras, que realiza abordagens em pontos estratégicos e nas divisas de MinasUm acordo foi assinado em reunião na capital mineira entre a cúpula do sistema de Defesa Social  de Minas e dos dois estadosGoiás e São Paulo já integram  as operações desde julho .  Além das abordagens de caráter preventivo, a operação desenvolve, por meio de uma equipe especializada, trabalho de inteligência para identificare prender criminosos.