A repressão a quadrilhas especializadas em explodir caixas eletrônicos, que no ano passado assustaram Minas com centenas de ataques, ainda não foi suficiente para reduzir o número de crimes do tipo no estado em 2013. Balanço da Secretaria de Estado de Defesa Social (Seds) indica que a modalidade de assalto com uso de dinamite continua em alta este ano: foram 280 explosões de janeiro a setembro, bem-sucedidas ou não. O número é 26,6% maior que o registrado no mesmo período do ano passado, quando houve 221 casos. Em média, há um ataque por dia no estado. O caso mais recente ocorreu na madrugada de ontem em Jacutinga, no Sul de Minas. Bandidos detonaram os equipamentos de uma agência que já havia sido atacada em fevereiro.
“O que posso falar é o que está sendo feito, e isso é muito trabalho”, disse a secretária-adjunta de Defesa Social, Cássia Gontijo. “Vamos insistir nesse trabalho conjunto, que é o caminho para combater toda e qualquer criminalidade, com a união de forças, policiais e da sociedade”, completou. Segundo a Seds, houve 184 prisões este ano por furto a caixas eletrônicos com uso de explosivos, 46 delas na Grande BH. Cássia Gontijo acrescentou que houve entre 20 e 30 ações policiais bem-sucedidas desde a criação da força-tarefa.
Além da Grande BH, uma das regiões que mais preocupam autoridades policiais é o Triângulo Mineiro. Segundo a Seds, 8% dos ataques a caixas eletrônicos este ano ocorreram em locais próximos de Ituiutaba. A Polícia Militar informa que houve 23 ataques na região em 2013. “O planejamento é o que está em execução. É trabalhar com inteligência, identificação e mapeamentos dos criminosos, com prevenção, com fiscalização das mineradoras e lojas de explosivos e repressão qualificada com a prisão”, disse Cássia Gontijo. Ela prevê que, na Grande BH, os ataques comecem a diminuir com a prisão da quadrilha feita na semana passada pela Polícia Civil. “A quadrilha era numerosa e responsável por grande parte dos ataques na região metropolitana e em cidades em um raio de 100 quilômetros”, afirmou.
Uma das estratégia da força-tarefa é trabalhar com prevenção. Segundo a Seds, algumas instituições financeiras já estão instalando canhões de fumaça, por exemplo. “É um mecanismo para coibir a ação criminosa. O equipamento, numa tentativa de quebra da porta ou dos terminais, é acionado e solta uma quantidade de fumaça, que não permite ao criminoso enxergar o que está fazendo”, disse Cássia Gontijo. “Entendo que a força-tarefa tem conseguido um avanço até pela manutenção do grupo, com um trabalho constante. Dessa forma, a criminalidade pode ser combatida não só pelas forças de segurança, mas com participação dos representantes dos bancos”, acrescentou.
280
ataques a caixas foram registrados de janeiro a setembro de 2013
221
casos foram registrados no mesmo período de 2012 no estado
26,6%
aumento dos ataques em 2013 em comparação com o ano passado
Representantes da Bahia e do Espírito Santo aderiram ontem à Operação Divisas Seguras, que realiza abordagens em pontos estratégicos e nas divisas de Minas. Um acordo foi assinado em reunião na capital mineira entre a cúpula do sistema de Defesa Social de Minas e dos dois estados. Goiás e São Paulo já integram as operações desde julho . Além das abordagens de caráter preventivo, a operação desenvolve, por meio de uma equipe especializada, trabalho de inteligência para identificare prender criminosos.