O carnaval de rua em Santa Tereza, na Região Leste de Belo Horizonte, que este ano levou milhares de pessoas ao bairro, deve sofrer limitações, se depender dos moradores locais, que não querem mais enfrentar os problemas vividos em 2013, quando mais de 20 mil foliões se reuniram na Praça Duque de Caxias. Em ofício encaminhado ao secretário da Administração Regional Municipal Leste, Elson Matos da Costa, a Associação Comunitária do Bairro Santa Tereza (ACBST) pede o agendamento urgente de uma reunião para discutir o assunto.
A proposta dos moradores é de que, além da regional, representantes da Belotur, BHTrans, Polícia Militar, Polícia Civil, Corpo de Bombeiros, Guarda Municipal e Samu participem do encontro. No ofício, o presidente da ACBST, Ibiraci do Carmo, informa que a entidade quer estabelecer diretrizes para o carnaval de rua no bairro. Os moradores do entorno da praça e um representante da Igreja de Santa Tereza e Santa Terezinha também vão participar da reunião.
A principal reivindicação dos moradores para o carnaval do ano que vem é a limitação do número de foliões. “Temos que limitar a quantidade de participantes, mesmo sabendo que há facilidade em marcar encontros virtualmente. Há que haver um meio de fazermos os eventos sem perturbar os moradores e respeitando seu direito de ir e vir, bem como respeitar os horários de missa na paróquia do bairro”, afirma Ibiraci do Carmo.
A ACBST sugere que as empresas, organizadores e diretores de blocos sejam responsabilizados pela ordem nos eventos, sob pena de cassação da licença. Outra proposta é de que seja feito um depósito caução para cobrir possíveis prejuízos e danos ao patrimônio público e particular, além da identificação dos organizadores e participantes da festa com crachás e pulseiras de cores diferentes.
MEGAEVENTOS
No documento, que pede também a limitação do público nos grandes eventos realizados no bairro, os moradores alegam que a falta de estrutura nos shows e festas na Praça Duque de Caxias é a maior causa das reclamações. Entre os problemas eles citam invasão de vendedores ambulantes, desrespeito ao horário de encerramento dos eventos, falta de limpeza das vias e ocupação das ruas e calçadas, o que impede a circulação de veículos e até mesmo de pedestres.
No caso da sujeira deixada por quem vai aos shows e eventos no bairro, a associação quer que a limpeza seja iniciada logo depois do término das festas, lembrando que a coleta no bairro é feita de dois em dois dias e que o lixo acumulado é um transtorno a mais.