Policiais militares e agentes da BHTrans estiveram na tarde desta quinta-feira para cumprir uma decisão liminar de reintegração de posse na Espaço Luiz Estrela, no Bairro Santa Efigênia, Região Centro-Sul de Belo Horizonte. O prédio na Rua Manaus, 348, está ocupado desde o último sábado por jovens que transformaram o espaço em um centro cultural. O grupo negociou com a PM, por intermédio da comandante de policiamento na capital, coronel Cláudia Romualdo, e conseguiu barrar o despejo.
De acordo com o assessor, o prédio pertence Fundação Hospitalar de Minas Gerais (Fhemig), sendo assim um espaço público inoperante há quase 30 anos. O edifício está cedido para a Fundação Educacional Lucas Machado (Feluma), mantenedora da Faculdade de Ciências Médicas, que reivindicou na Justiça a reintegração. Em decisão liminar da 26ª Vara Cível, a Feluma conseguiu parecer favorável para o despejo.
Na tarde de hoje, cinco viaturas da PM e dois veículos da BHTrans foram ao prédio com a intenção de cumprir a liminar e retirar os ocupantes, que resistiram alegando que a decisão ainda não foi publicada. Os advogados do Espaço Luiz Estrela ligaram para a coronel Cláudia Romualdo que prometeu intermediar a discussão. Ele enviou reforço policiais ao edifício e a corporação registrou um boletim de ocorrência descrevendo a impossibilidade de fazer o despejo.
O deputado deputado André Quintão (PT) também esteve no prédio e anunciou que será marcada uma audiência pública para discutir o assunto e tentar um acordo. Ele considerou que o espaço está recebendo jovens ativistas culturais que querem investir em uma ação par o espaço público. Conforme Victor Diniz, os representantes da ocupação querem um diálogo com o governo estadual, considerado por eles o responsável pelo edifícios. O grupo protocolou pedido de reunião com a Fhemig e aguarda resposta.
O que Espaço Luiz Estrela?
Os espaço “nasceu” no sábado com um centro cultural comunitário para a formação e expressão popular. Vestindo figurinos teatrais, dezenas de agentes culturais e ativistas sociais de diferentes ideologias participaram de uma instalação artística que culminou com o movimento denominado "devolução do prédio à comunidade". Desde eu primeiro dia, várias atividades culturais foram desenvolvidas no prédio inaugurado em 1913 para receber o Hospital Militar da Força Pública Mineira (atual Hospital da Policia Militar) e que hoje está vazio.
(Com informações de Sandra Kiefer)