Nessa quinta-feira, o prefeito em exercício de Belo Horizonte, Délio Malheiros (PV), o secretário de Meio Ambiente de Nova Lima, Roberto Messias, e o superintendente adjunto do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), Alexandre de Oliveira, durante vistoria em dois dos pontos mais críticos da rodovia, anunciaram esforço conjunto para proposição de medidas legais e efetivas contra os criminosos organizados que atuam na região, sempre na calada da noite.
“Trata-se de crime ambiental. Além das multas, que são superiores a R$ 3,2 mil, o criminoso pode pegar até oito anos de prisão. Não vão mais ficar impunes. Isso agride o meio ambiente e coloca em risco a vida das pessoas”, ressalta Délio Malheiros, que espera a assinatura de convênio para ação conjunta ainda este ano. Para Roberto Messias, é preciso estabelecer uma política de tolerância zero. “Um trabalho educativo só dá certo quando não há impunidade”, afirma.
FORA DE CONTROLE
O secretário explica que todos os envolvidos nos chamados bota-foras são responsáveis e precisam ser punidos – não apenas quem faz a dispensa, mas também quem “encomenda” o serviço. O problema representado pelos depósitos clandestinos cresceu tanto que o Dnit reconhece não ter condições de fiscalizar as margens de rodovias sob sua jurisdição. São 15 agentes do departamento para os cerca de 500 quilômetros na Região Metropolitana de BH. “Atuar contra esses crimes não é uma função exclusiva do Dnit. Com o apoio dos municípios, esperamos poder agir com mais rigor e eficiência contra o ato criminoso”, afirma Alexandre de Oliveira. A iniciativa pode futuramente ser ampliada para outras saídas da capital.
Vinícius Correa, de 21, que trabalha na região, vai além da questão ambiental e chama a atenção para o perigo do lixo para quem trafega pela BR-040. “Quando chove, a sujeira atrapalha e a água acaba provocando muitos acidentes na região”, aponta. O contador Leonardo Coelho de Almeida, de 33, avalia a questão como “absurda falta de comprometimento e de educação”. Ele lamenta a situação e não acredita em solução para a rodovia por parte do poder público. “O governo não dá conta. Tem é que privatizar”, sugere.