Segundo a comerciante, tudo começou no início do ano passado, quando a filha e o ex-genro, ambos usuários de drogas, tiveram uma briga, no Bairro Eldorado, que demandou a presença da Polícia Militar e do Conselho Tutelar de Contagem“O conselho levou meus netos porque eles ficaram em risco”, diz SueliDe lá para cá, a avó afirma que nunca mais viu o menino, hoje com 7 anos, mas conseguiu fazer duas visitas à Associação Efata, quando viu as duas meninas e uma quarta neta de dois meses, filha de outro homem“Minha neta menor ficou com o pai, que é uma boa pessoaMas sobre as outras duas crianças me disseram que tinham sido adotadas por outra família”, acrescenta Sueli.
Há pouco menos de um mês, a advogada Joyce Rocha Costa assumiu o caso e começou a procurar informações sobre o processo que corre na Justiça, onde os quatro netos de sua cliente figuram como partes em sigiloNo dia 7, a mãe das crianças foi assassinada“Inicialmente, o processo corria na Vara da Infância e Juventude de Contagem, mas o juiz declarou incompetência para julgar, dizendo que quem deve arbitrar é a comarca de Betim”, afirmaOntem, a advogada esteve no fórum de Betim e conseguiu apenas a informação de que as crianças estariam em Goiás, onde corre outro processo
“Tudo indica que alguma família conseguiu a guarda provisória e está morando na cidade de Formosa, em Goiás, como consta no documentoÉ muito estranho que isso tenha acontecido, já que a família tem preferência e a avó materna manifestou o interesse de ficar com os netos”, explica Joyce Rocha
ABRIGAMENTO Por meio de sua advogada, Margarete Leite, a Associação Efata afirmou que recebeu em suas dependências apenas o bebê FC., em fevereiro de 2012, na época com dois mesesTanto o abrigamento quanto o desabrigamento foram decididos pela Vara da Infância e da Juventude de Contagem e a recém-nascida entregue aos tios paternos“As outras três crianças nunca estiveram no Lar Efata”, diz a nota
Sobre a ameaça, a advogada nega o ocorrido e justifica dizendo que a representante de Sueli Maria chegou ao lar em horário impróprio, em vez de se dirigir à Justiça para saber onde poderia fazer visitas.” Por fim, Margarete Rocha esclarece que a associação está à disposição para acatar o que for decidido pelo Judiciário sobre o site que trazia as fotos das crianças e era mantido por um voluntário.
A reportagem fez contato com as assessorias do Ministério Público e da Vara da Infância e Juventude de Contagem, mas a única informação confirmada foi a transferência do processo de Contagem para BetimAs informações correm em segredo de Justiça, razão pela qual não foram fornecidos detalhesTambém não houve retorno da Prefeitura de Contagem, para falar sobre a atuação do Conselho Tutelar, nem da Polícia Civil, que não informou se há alguma investigação em andamento para apurar o paradeiro dos menores.