A fim de prestar uma homenagem àqueles que se foram, milhares de pessoas visitaram ontem, Dia de Finados, o Bonfim, cemitério mais antigo e tradicional de Belo Horizonte
No cemitério do Bonfim há túmulos de diversas autoridades, como o ex-ministro da Marinha Raul Soares, o ex-governador de Minas Olegário Maciel e o jornalista e escritor Roberto DrummondMas os mais visitados são de Irmã Benigna, de Padre Eustáquio e da menina Marlene, morta na década de 40 e com fama de milagreiraMaria Cristina Tomé é devota de Irmã Benigna há 15 anos e foi cumprir uma promessa por ter alcançado uma graça, trazendo uma dúzia de rosas vermelhas para a sua campa“Há pouco tempo meu filho ficou desempregado e acendi uma vela pedindo a ela para interceder por nósDois dias depois, ele já estava empregado”, lembra
Assim como Maria Cristina, João Batista de Oliveira, de 65 anos, fez questão de visitar o túmulo de Irmã Benigna, além do mausoléu da menina Marlene“Frequento aqui desde os anos 70, sou devoto das almas”, diz JoãoMuitos desses visitantes permanecem fazendo peregrinação à sepultura sem saber que os restos mortais da irmã, em processo de beatificação, foram transferidos para o Noviciado Nossa Senhora da Piedade, na Pampulha, em março de 2012
Queixas
Com os olhos marejados, Lúcia Natalie, de 65 anos, funcionária aposentada de uma empresa aérea, fazia sua oração diante do túmulo de seus familiaresEla conta que todo Dia de Finados faz a visita ao jazigo“Venho, faço minha homenagem, uma prece e participo da missa.” Lúcia reclamou da situação com o cemitério, que, para ela, devia ser mais preservado devido as obras de arte que abrigaJardineiras e até vasos de flores já foram furtados do túmuloO pai dela, já falecido, era marmorista e foi o responsável por criar diversas sepulturas do local, inclusive a que hoje recebe seus restos mortais e foi primeiro destinada ao avô da aposentada“A gente fica triste, é lastimável essa situação”, afirma
Terezinha Tomáz, aposentada de 80 anos, também se queixou da insegurança do cemitério