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Estado de Minas

Mãe suspeita de matar filha é autuada por homicídio duplamente qualificado

A bebê de 4 dias foi encontrada já sem vida com lesões no crânio, tórax e sangramento na boca e nariz em uma casa no Bairro Jardim dos Bandeirantes, em Contagem


postado em 04/11/2013 00:12 / atualizado em 04/11/2013 07:32

Thiago Lemos


Rabecão foi acionado para buscar o corpo da recém-nascida, que tinha 4 dias de vida. A mãe, Wuênia dos Santos, de 20 anos, é a principal suspeita(foto: Reprodução TV Alterosa)
Rabecão foi acionado para buscar o corpo da recém-nascida, que tinha 4 dias de vida. A mãe, Wuênia dos Santos, de 20 anos, é a principal suspeita (foto: Reprodução TV Alterosa)
Quatro dias depois de nascer, uma menina foi morta por asfixia e provavelmente submetida a uma sessão de espancamento em que a mãe dela, uma jovem de 20 anos viciada em drogas, é apontada como a principal suspeita do crime. A bebê foi encontrada já sem vida na manhã de ontem, com lesões no crânio, tórax e sangramento na boca e nariz em uma casa no Bairro Jardim dos Bandeirantes, em Contagem, na Grande BH. Wuênia Tânia Soares dos Santos alegou que a filha passou mal quando era amamentada durante a madrugada. Já o laudo preliminar da causa morte da recém-nascida aponta que as lesões encontradas nela são típicas de esganadura. A jovem foi presa.

O crime ocorreu em uma casa na Rua Joaquim Carmagos, onde Wuênia, que seria garota de programa, estava morando de favor com uma amiga. Segundo a dona do imóvel, de 18 anos, ao chegar em casa pela manhã, ela encontrou a amiga aos prantos dizendo que a filha tinha passado mal e morrido. “Ela disse que a língua da bebê enrolou e que ela tentou reanimá-la”. revela. Em seguida, a suspeita pediu para que a amiga não chamasse a polícia porque ela iria ser presa e deixou o local.

Assustada com a situação, a moradora pediu socorro para uma vizinha. A mulher contou que a criança estava nua, gelada, rígida e ainda tinha sangue na boca e nariz. Apesar de constatarem a morte, as duas acionaram o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), que confirmou o óbito. A Polícia Militar também foi chamada.

De acordo com o sargento Nilton Braga, testemunhas contaram que a jovem estava na companhia de um homem de madrugada e que essa pessoa foi vista pedindo leite aos vizinhos para dar à menina. Elas disseram não ter ouvido nenhum barulho e nem choro da criança. Ainda segundo o PM, após buscas, a suspeita foi encontrada no bairro vizinho Água Branca, na casa de um ex-companheiro, que seria o pai da bebê morta e com quem ela tem um filho de três anos.

Aos policiais, a jovem negou o crime e admitiu ter usado cocaína durante toda a noite. Ela contou que por volta das 3h foi amamentar a menina e ela estava enrolando a língua. Wuênia afirmou ainda que tentou sacudir a filha na tentativa de reanimá-la, e que nesse momento a cabeça da bebê teria batido na pia. As outras lesões, segundo ela, também teriam acontecido devido a suposta tentativa de salvamento.

IML A suspeita foi levada para a 6º Delegacia e o delegado Josué Silva Brandão, com base nos laudos preliminares do Instituto Médico Legal (IML), entendeu que houve um assassinato. A jovem foi autuada por homicídio duplamente qualificado – por emprego de asfixia e pelo fato de a vítima não ter tido chance de defesa. Entretanto, se as investigações comprovarem que a suspeita agiu sob influencia de estado puerperal, transtornos psiquiátricos pós-parto, ela responderá por infanticídio, cujo pena é de até seis anos de reclusão, contra os 12 anos mínimos aplicados por homicídio.


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