As denúncias contra o professor, que está afastado, vieram à tona em 10 de outubroEle é acusado de desrespeitar alunos durante as aulas, especialmente mulheresUma jovem de 19 anos, a última a se manifestar antes das investigações, diz que o questionou sobre o conteúdo da aula e ouviu a seguinte resposta, segundo ela: "Acho você uma mulher atraente e quero conversar com você na horizontal".
O professor de sociologia Radamés Andrade Vieira, de 41 anos, conhece Francisco há mais de 15 anosEle foi aluno e escolheu o docente como seu orientador na dissertação do mestradoPara Vieira, as acusações contra seu colega são infundadas"Nós fizemos o manifesto para dar um testemunho de uma experiência que tivemos com eleAchamos que todas essas denúncias que estão sendo feitas são frases descontextualizadas que foram pinçadas em aulas Nós nunca percebemos qualquer tipo de assédio moral ou sexual nos anos que o conhecemos e achamos essa denúncia muita estranha
O documento de apoio ao professor foi entregue na tarde desta segunda-feira na diretoria da FafichAo todo, 40 pessoas assinaram a nota, entre ex-alunos e colegas de departamento de Francisco.
Os colegas criticam a forma com que o professor foi tratado por alunos nas redes sociais"Resolvemos manifestar neste momento que a imagem dele está sendo alvo por uma série de mal-entendidosÉ uma questão que fere a carreira do profissionalO que deixou a gente estarrecido é que em dois dias o Francisco foi praticamente condenado nas redes sociais, sem que tenha o direito de colocar as suas opiniões e de se manifestar", criticou
Quando o caso veio à tona, o professor Francisco Coelho enviou carta na qual pede desculpas caso suas declarações tenham sido consideradas ofensivasEm entrevista ao Estado de Minas em 22 de outubro, ele disse que aceitou o afastamento até a conclusão da sindicância e que não teve a intenção de prejudicar ou ofender qualquer aluno.
Veja na íntegra o manifesto entregue à Fafich:
"Nós, alunos, ex-alunos, assim como professores e funcionários técnico-administrativos, colegas e amigos do professor Francisco Coelho dos Santos, reconhecemos a importância e a legitimidade das causas igualitárias que sustentam as discussões sobre machismo e sexismo, mas repudiamos veementemente as distorções e os excessos a ele dirigidos a partir do dia 10 de outubro de 2013, com efeitos nefastos à imagem e à dignidade deleOferecemos nosso testemunho da importância acadêmica que a atividade docente por ele exercida na UFMG representa para a formação de centenas de alunos em nível de graduação, mestrado e doutoradoNessas condições firmamos nosso decidido apoio ao professor, ao seu livre exercício profissional e à continuidade da sua atividade docente".