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Estado de Minas

Ex-alunos entregam manifesto a favor de professor investigado por assédio na UFMG

O documento, assinado por 40 pessoas, foi entregue na tarde desta segunda-feira para a diretoria da Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas (Fafich), que apura o caso


postado em 04/11/2013 15:10 / atualizado em 04/11/2013 14:30

Ex-alunos e colegas de departamento do professor do curso de ciências sociais da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Francisco Coelho dos Santos, que é investigado por assédio moral e sexual contra estudantes, entregaram um manifesto de apoio ao docente à Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas (Fafich). Os colegas de Santos afirmam que as denúncias contra ele são "exageradas" e "repugnantes". Uma comissão formada por professores e um aluno tem até 22 de novembro para apresentar o resultado da apuração. No entanto, caso seja necessário, poderá ser solicitada uma prorrogação para 23 de dezembro.

As denúncias contra o professor, que está afastado, vieram à tona em 10 de outubro. Ele é acusado de desrespeitar alunos durante as aulas, especialmente mulheres. Uma jovem de 19 anos, a última a se manifestar antes das investigações, diz que o questionou sobre o conteúdo da aula e ouviu a seguinte resposta, segundo ela: "Acho você uma mulher atraente e quero conversar com você na horizontal".

O professor de sociologia Radamés Andrade Vieira, de 41 anos, conhece Francisco há mais de 15 anos. Ele foi aluno e escolheu o docente como seu orientador na dissertação do mestrado. Para Vieira, as acusações contra seu colega são infundadas. "Nós fizemos o manifesto para dar um testemunho de uma experiência que tivemos com ele. Achamos que todas essas denúncias que estão sendo feitas são frases descontextualizadas que foram pinçadas em aulas. Nós nunca percebemos qualquer tipo de assédio moral ou sexual nos anos que o conhecemos e achamos essa denúncia muita estranha. Achamos repugnante", disse Radamés.

O documento de apoio ao professor foi entregue na tarde desta segunda-feira na diretoria da Fafich. Ao todo, 40 pessoas assinaram a nota, entre ex-alunos e colegas de departamento de Francisco.

Os colegas criticam a forma com que o professor foi tratado por alunos nas redes sociais. "Resolvemos manifestar neste momento que a imagem dele está sendo alvo por uma série de mal-entendidos. É uma questão que fere a carreira do profissional. O que deixou a gente estarrecido é que em dois dias o Francisco foi praticamente condenado nas redes sociais, sem que tenha o direito de colocar as suas opiniões e de se manifestar", criticou.

Quando o caso veio à tona, o professor Francisco Coelho enviou carta na qual pede desculpas caso suas declarações tenham sido consideradas ofensivas. Em entrevista ao Estado de Minas em 22 de outubro, ele disse que aceitou o afastamento até a conclusão da sindicância e que não teve a intenção de prejudicar ou ofender qualquer aluno.

Veja na íntegra o manifesto entregue à Fafich:

"Nós, alunos, ex-alunos, assim como professores e funcionários técnico-administrativos, colegas e amigos do professor Francisco Coelho dos Santos, reconhecemos a importância e a legitimidade das causas igualitárias que sustentam as discussões sobre machismo e sexismo, mas repudiamos veementemente as distorções e os excessos a ele dirigidos a partir do dia 10 de outubro de 2013, com efeitos nefastos à imagem e à dignidade dele. Oferecemos nosso testemunho da importância acadêmica que a atividade docente por ele exercida na UFMG representa para a formação de centenas de alunos em nível de graduação, mestrado e doutorado. Nessas condições firmamos nosso decidido apoio ao professor, ao seu livre exercício profissional e à continuidade da sua atividade docente".


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