Jornal Estado de Minas

Carnaval de rua em Belo Horizonte está em compasso de espera

Os blocos se definem como manifestação cultural e a prefeitura entende que muitos se configuram eventos, cuja autorização depende de taxas e alvará

Patrícia Giudice
Faltam quase três meses para o carnaval e Belo Horizonte vive a expectativa de atrair muitos turistas, mas ainda existe um impasse
Os blocos se definem como manifestação cultural e a prefeitura entende que muitos se configuram eventos, cuja autorização depende de taxas e alvaráNa sexta-feira, o representante da Belotur, Felipe Barreto, se reuniu com integrantes dos blocos de ruaO encontro terminou na dependência de que sejam feitos encontros com o Ministério Público para esclarecer, conforme a lei, como se caracterizam os participantes do carnaval

A folia deste levou mais de 500 mil pessoas às ruasAlguns blocos tinha expectativa de atrair 700 pessoas e acabaram reunindo mais de 7 milO crescimento surpreendeu a prefeituraSegundo Gustavo Caetano Matos, representante do Unidos do Samba Queixinho Underground Baticum, que participou de todas as reuniões, a Belotur deve reconhecer os blocos como manifestações culturaisManifestação cultural implica isenção de taxasSe tiver palco e carro de som, por exemplo, pode se enquadrar em evento e precisa de licenciamento“A alegação da prefeitura é que não tem dinheiro para bancar a estrutura do carnaval

Eles buscarão patrocínio, mas não querem sair com marca de cervejaria”, afirmou

O antropólogo e conselheiro municipal de cultura Rafael Barros participa de vários blocos de ruaSegundo ele, alguns representantes estudam redigir documento coletivo defendendo a independência dos grupos


O presidente da Belotur, Mauro Werkema, disse que todos os blocos serão cadastrados e, mesmo que sejam manifestação cultural, devem informar à prefeitura quando sairão e o percurso para análise de estrutura como banheiro químico, policiamento e agentes da BHTransEle negou que a prefeitura esteja buscando patrocínio para os blocos de rua, voltado para financiar o desfile das escolas de samba e blocos caricatos.