O corpo de uma mulher de lingerie e cabeça de vaca em convite para calourada dos cursos de veterinária e aquacultura da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) provocou indignação em alguns estudantes que cruzaram com o cartaz, espalhado pelo câmpus PampulhaA polêmica foi levantada em uma página do evento no Facebook, onde uma jovem criticou a divulgaçãoA foto foi postada e se espalhou pela rede sociai, com mais de 2 mil comentários
Mensagem de repúdio ao machismo despertado pela peça publicitária foi publicada, na sexta-feira, em uma página visitada pelos universitários e ganhou grande repercussão: “Hoje, andando pelo câmpus, me deparo com essa demonstração de machismo e especismo em forma de cartazMuita infelicidade para pouco papelPor favor, não se reproduza! A humanidade agradece!!”Até ontem, a publicação tinha 126 curtidas e mais de 80 comentários, entre manifestações contra e a favor da divulgação do evento, marcado para sábado, à beira da Lagoa da Pampulha.
A Calourada do Abate virou alvo de protestos na internet oito meses depois da denúncia de excessos em um trote da Faculdade de Direito, quando internautas se revoltaram com fotos de atos racistasEm uma delas, uma jovem aparecia acorrentada e pintada com tinta pretaNo seu pescoço, havia uma placa pendurada com o nome “Chica da Silva”Outra imagem mostrava um calouro amarrado a uma pilastra enquanto outros estudantes simulavam saudações nazistasUm dos jovens que aparece na fotografia tinha um bigode ao estilo do ditador alemão Adolf Hitler
BATALHA NA WEB Como na Escola de Direito, nesta semana foi iniciada uma batalha de opiniões na web em relação à iniciativa do Diretório Acadêmico Professor Alberto Monteiro Wilwerth, da Escola de Veterinária, organizador da festa“O que me deixa mais abismada são as mocinhas que não têm amor próprio e curtem ser comparadas a vacas que precisam ser abatidas e acham a coisa mais normal”, acusou Alline CamilaJá outros defenderam a ação: “Se tivesse um boi com roupa de homem, aposto que ninguém daria esse showA vaca vestida é apenas uma forma de deixar um animal, que é simbólico do curso, engraçadoQue preguiçaSe revoltem pela fomeQue tal? Muito mais importante”, comentou Karoline Oliveira.
Apesar de a discussão na internet ter tomado grandes proporções, a Faculdade de Veterinária da UFMG informou que não pode se posicionar sobre um evento que não ocorrerá na instituiçãoO diretor José Aurélio disse, por meio de sua assessoria, que, como a calourada é organizada por um órgão independente, não pode se responsabilizar pelo evento
O coordenador geral do diretório acadêmico, André Eduardo Santos, negou qualquer intenção machista com o cartaz“Queríamos fazer uma brincadeira com a propaganda de um frigorífico