Apesar de ter iniciado ontem conversações com o grupo que ocupou um casarão tombado no Bairro Santa Efigênia, na Região Leste de Belo Horizonte, para criação de um espaço cultural, o governo de Minas informou que não pode deixar de cumprir a liminar que determina o despejo. Após reunião de quase quatro horas, no Palácio das Artes, com os ocupantes do prédio, que pertence à Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais (Fhemig) e foi cedido à Fundação Educacional Lucas Machado (Feluma) para criação do Memorial JK, o assessor do governo para Promoção, Parceria e Articulação Social, Ronaldo Pedrom, disse que, mesmo com o diálogo, o estado tem o dever de “acatar a decisão da Justiça”.
Integrantes do grupo de instalação do Espaço Comum Luiz Estrela, Victor Diniz disse acreditar que o estado não vá ordenar a desocupação: “Entendo que o governo usará todo o seu poder e competência legal para nos proteger enquanto houver conversa”.
REFORMA Os problemas estruturais do casarão foram discutidos no encontro de ontem. Representantes da ocupação mostraram preocupação com a preservação do patrimônio, construído em 1913 e onde funcionaram o primeiro pronto-socorro de Minas e o Hospital João XXIII, no qual trabalhou o e ex-presidente Juscelino Kubitschek, que era médico, na década de 1930. O prédio foi abandonado em 1994.
Ao receber o projeto do Memorial JK, a Fhemig cedeu o prédio à Feluma. Os representantes da ocupação contestaram a cessão da casarão à Feluma, que vai ser anlisada pelo governo. Segundo Pedrom, o melhor projeto será escolhido. O governo prometeu responder em uma semana o pedido do grupo para obras emergenciais no prédio. Novo encontro está marcado para o dia 19, quando os ocupantes apresentarão um plano de utilização do casarão.