Jornal Estado de Minas

Polícia vai pedir prisão preventiva de suspeito de matar bancário no Prado

Rafael Douglas Gonçalves foi apresentado pela Polícia Civil nesta quarta-feira. Ele nega que tenha mantido um relacionamento com a vítima e se mostrou arrependido do crime

Cristiane Silva Andréa Silva
Rafael suspeitava que seus dois filhos estavam sendo abusados por Ronaldo - Foto: Paulo Filgueiras/EM/DA Press
A Polícia Civil deve pedir a prisão preventiva de Rafael Douglas Gonçalves dos Santos, de 24 anos, suspeito de matar o bancário Ronaldo Araújo Caldas, no dia 10 de outubro no Bairro Prado, Região Oeste de Belo HorizonteO homem foi apresentado à imprensa hojeO crime aconteceu no apartamento da vítima da Rua dos PampasO suspeito teria violentado sexualmente a vitima antes de esganá-loO homem foi encontrado morto dentro do apartamentoSobre o corpo, havia um bilhete com a palavra “saúde”

Dias depois do crime, Rafael foi até uma casa de recuperação em Brumadinho, na Grande BH, onde havia se internado para tratamento do vicio de drogasEle chegou no sábado à noite e pediu para ficar até domingoPela manhã, o interno contou para equipe da clínica sobre o crime e disse que pretendia se entregarOs profissionais o levaram até a PM da cidade e militares encaminharam Rafael para o DHPP na capital, no dia 13Ainda de acordo com a polícia, o jovem assumiu o homicídio


O suspeito disse que era violentado desde os 14 anos por RonaldoRafael suspeitava que os filhos dele – dois meninos gêmeos – estavam sendo abusados pelo bancárioUma das crianças é afilhada deleNa ocasião do depoimento, Rafael Douglas foi ouvido e liberado pelo delegado porque já havia passado o flagrante e a polícia não tinha um mandado de prisão para mantê-lo detidoPosteriormente, o homem voltou a ser ouvido e se mostrou arrependido do crimeA polícia conseguiu um mandado de prisão temporária contra Rafael, que foi preso em 29 de outubro

O delegado da Homicídios Centro-Sul, Marcelo Manna, disse nesta quarta-feira que não acredita que o crime tenha sido premeditado, nem que Rafael tenha sido vítima de abuso sexual por parte do bancárioPara a polícia, ele cometeu o crime por uma desavença naquele momento, já que ele frequentava a casa da vítima há 10 anos, e que até teria comemorado o crimeAinda segundo a Polícia Civil, a suspeita é de que a família de Rafael tenha se aproximado de Ronaldo para adquirir benefíciosComo exemplo, foi citado que a mãe do suspeito conseguiu construir barracões de aluguel com a ajuda do bancário
A polícia também confirmou que Rafael era usuário de drogas e tinha passagens por tráfico

Entenda o caso

Conforme a polícia, Rafael é usuário de crack e tem passagem pela polícia por tráfico de drogasEle não era aceito em casa pela mãe e morava com a namorada na Pedreira Prado Lopes, na Região Noroeste da capitalSegundo a polícia, a vítima ajudava financeiramente a família de RafaelHavia a suspeita de que os dois mantinham um relacionamento amoroso, mas ele nega

Às 7h15 do dia 10 de outubro, uma quinta-feira, uma irmã da vítima foi ao prédio, pois Ronaldo não atendia o telefone, e encontrou a porta do apartamento aberta e o irmão nu, morto na salaSobre o corpo, o assassino deixou um bilheteO apartamento não tinha marcas de arrombamento nem estava reviradoCâmaras de segurança do prédio registraram a chegada de Rafael por volta de 1h30 e sua saída, às 3hSegundo a polícia, ele telefonou para a ex-mulher dizendo que havia feito uma besteira e matado uma pessoaDepois, teria apanhado alguns pertences em casa e fugido