O assistente administrativo Marcel Barbosa dos Santos, de 30 anos, pode ser condenado à pena máxima de 114 pelos estupros de pelo menos 10 jovens, com idades entre 12 e 21 anos, no mês passado, na Região da Pampulha, em Belo HorizonteSegundo denúncia oferecida pelo Ministério Público, ele é acusado oito vezes pelo crime previsto no artigo 213, referente a violência sexual contra seis adolescentes e duas adultas, e ainda foi incluso no artigo 217, por serem as vítimas menores de 14 anos – duas pré-adolescentes de 12 e 13 anosA pena mínima, no caso, seria de 69 anos
Caberá ao juiz da 8ª Vara Criminal de Belo Horizonte definir se acata a denúncia apresentada pelo promotor Renato Bretz Pereira e abrir processo criminalO caso corre em segredo de JustiçaMarcel, que ficou conhecido como o “tarado do Dona Clara”, em referência ao bairro em que ocorreu a maioria dos ataques, foi preso no dia 29No começo da semana ele teve convertida a prisão temporária em preventivaO acusado foi encaminhado a uma cela em ala especial do Presídio José Martinho Drumond, em Ribeirão das Neves, na Grande BH, onde deve permanecer durante a fase processual, caso a Justiça não revogue a preventiva.
Segundo o MP, somente no dia 23, no curto espaço de 20 minutos, o assistente administrativo atacou quatro garotas, de 12, 13, 16 e 17 anos, no começo da manhã, quando seguiam para a escola, no Dona ClaraEm três casos ele agiu da mesma forma: se aproximou das vítimas em uma motocicleta e as pegou pelas costasDepois de imobilizá-las, passou as mãos nas partes íntimas das vítimasNo mesmo bairro, mas em outra data, ele atacou outra adolescente, de 15 anos
No dia em que foi preso, na sede do 13º Batalhão da PM, ele foi reconhecido por 27 mulheresA Polícia Civil concluiu um inquérito, na sexta-feira, em que responsabiliza Marcel Santos por 14 ataques, apesar de o Ministério Público ter limitado a denúncia a 10 casosA família do acusado pediu ao advogado Marco Antônio Siqueira para defendê-loSiqueira não confirma se vai assumir a defesa, mas admitiu que esteve no presídio para uma entrevista com Marcel.
Embora desconheça o processo, o advogado considerou que o assistente administrativo demonstra ser uma pessoa desequilibrada“Ele chora copiosamente ao narrar os ataques e se diz o pior dos seres humanos, afirmando ter perdido o gosto pela vida”, contouPara Siqueira, somente por meio de perícias será possível constatar se Marcel Santos sofre distúrbios psíquicos.