Jornal Estado de Minas

Justiça acata denúncia contra Tarado do Dona Clara


O assistente administrativo Marcel Barbosa dos Santos, de 30 anos, conhecido como “Tarado do Dona Clara” já tem data para sentar no banco dos réus. O juiz da 8ª Vara Criminal de Belo Horizonte, Luis Augusto Fonseca, acatou denúncia do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) contra o homem, que é acusado de pelo menos 10 jovens, com idades entre 12 de 21 anos. Em seu despacho, o magistrado marcou para 18 de dezembro a audiência de instrução sobre os casos. Na ocasião as vítimas devem ser ouvidas, assim como o réu. Caso seja condenado, o acusado pode pegar até 114 anos de prisão.



A atuação do suposto maníaco começou a ser investigada depois que o estudante de filosofia Gustavo Dias, de 22 anos, criou uma campanha nas redes sociais denunciando que um estuprador agia no Bairro Dona Clara. O cartaz divulgado na internet informava o registro de dez ataques em três dias. Os relatos das vítimas indicava que o homem agia, principalmente, nas imediações de uma escola particular e outra municipal do bairro. Circulando de moto, ele abordava as vítimas, as segurava pelo braço e passava a mão nas partes íntimas delas.

O promotor Renato Bretz Pereira denunciou o assistente administrativo por 10 estupros. Caso seja condenado ele pode pegar até 114 anos de prisão. Segundo o MP, somente no dia 23, no curto espaço de 20 minutos, ele atacou quatro garotas, de 12, 13, 16 e 17 anos, no começo da manhã, quando seguiam para a escola, no Dona Clara. Em três casos ele agiu da mesma forma: se aproximou das vítimas em uma motocicleta e as pegou pelas costas. Depois de imobilizá-las, passou as mãos nas partes íntimas das vítimas. No mesmo bairro, mas em outra data, ele atacou outra adolescente, de 15 anos. Os outros crimes ocorreram nos bairros Jaraguá (três vítimas de 16, 17 e 21 anos); no Liberdade (uma de 17); e no Ouro Preto (uma jovem de 19 anos).

Marcel foi preso em um prédio residencial na Avenida Isabel Bueno, no Bairro Santa Rosa, na noite de 29 de outubro. Ele admitiu os abusos, mas foi liberado por não haver flagrante e nem mandado de prisão em aberto. No dia seguinte, o homem foi preso novamente mediante um mandado de prisão temporária expedido pela Justiça.

Ao ser apresentado à imprensa, Marcel chorou muito. Ele se disse arrependido dos abusos sexuais e buscou se justificar alegando trauma sofrido na infância. Afirmou ter sido molestado por um primo e, por isso, repetia o ato com crianças e adolescentes.

Marcel tem 30 anos e nasceu em São Paulo. Ele mora em Belo Horizonte há 17 anos junto com a mãe, que é empregada doméstica. Ambos vivem de favor na casa dos patrões dela. Ele trabalhava como auxiliar administrativo e namora há 8 anos com uma moça.



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