Jornal Estado de Minas

"Matei, não me arrependo e faria de novo", diz assassino que atirou na porta do fórum

Réu que havia acabado de depor sofre emboscada em frente ao Fórum Lafayette, provocando correria em plena Região Centro-Sul de BH. Desafeto assume assasinato depois de ser flagrado

Landercy Hemerson
Diego Moreira, que pertenceria a grupo rival de Raphael, foi preso em flagrante e confessou o crime - Foto: Beto Magalhaes/EM/D.A Press
“Matei, não me arrependo e faria de novoEle matou meu primo e ameaçava minha mãe.” Essa foi a confissão de Diego Marques Moreira, de 21 anos, o Naor, minutos depois de executar a tiros Raphael Henrique Zerlotini Gomes, de 23, o Laco, em frente ao Fórum Lafayette, na Avenida Augusto de Lima, 1.549, Barro Preto, em Belo HorizonteA vítima participava de uma audiência, na qual depunha como réu em um caso de homicídioO crime ocorreu por volta das 17h30, em plena Região Centro-Sul da capital, e provocou correria entre pessoas que saíam do fórum e que passavam pela avenida.

Raphael estava dentro de um táxi Fiat Ideia quando foi surpreendido pelo assassino“Ele saiu do fórum acompanhado de uma mulher (a mãe dele) e dois homens e entrou no banco de trás do táxi parado no pontoA mulher sentou na frenteFoi quando um homem se apoiou na janela do carro e atirou várias vezes na vítima, que ainda saiu correndo e caiu no canteiro central da avenidaO criminoso tentou fugir a pé, mas foi preso por um militar que trabalha no fórum”, contou uma testemunhaOs dois acompanhantes da vítima tentaram se esconder em um estacionamento e também foram detidos.

“Eu vi o policial vindo, mas não me importei, pois era a chance que eu tinha de matar esse f.....”, contou DiegoEle disse que depois de atirar na vítima jogou a arma no chão e se entregouO sargento Sandro Mendes, que trabalha no pelotão forense, foi quem o prendeu
O militar contou que decidiu seguir Rapahel até a saída do fórum – depois que ele participou da audiência com outro suspeito –, com o objetivo de anotar a placa do veículo em que ele embarcaria, para uma averiguaçãoQuando tomava nota da placa do táxi, Diego se aproximou e atirouEm seguida, jogou no chão a arma, uma pistola 7.65, e colocou as mãos na cabeça.

Raphael Gomes foi atingido por cinco tirosDepois de cair na Avenida Augusto de Lima ele foi socorrido por militares e levado para o Hospital João XXIII, mas deu entrada sem vida na unidade de saúdeA assessoria de imprensa do fórum informou que todas portarias foram fechadas, até a chegada da políciaDo lado de fora, pessoas que trabalham próximo à unidade do Judiciário evitaram comentar o crimeO dono de uma banca de jornais e uma senhora que trabalha com um carrinho de pipoca disseram que nem sequer ouviram os tiros.

PRONTIDÃO

Diariamente circularam pelo prédio do fórum cerca de 10 mil pessoas, das quais 2 mil são funcionáriosDevido ao trânsito de suspeitos e envolvidos em crimes, antes mesmo do assassinato o estado ontem na unidade era de alerta, diante da suspeita de que poderia haver uma ação de resgate de presosCerca de uma hora depois da execução, a movimentação em frente ao prédio já havia se normalizado e alguns curiosos tentavam saber informações sobre o crime.

Diego Moreira foi levado inicialmente para a 3ª Área Integrada de Segurança Pública (Aisp), no Terminal JK, para onde também foram os outros detidos e a mãe de RaphaelUma equipe da Divisão de Crimes contra a Vida (DCcV), chefiada pela delegada Ingrid Silva, também foi para a unidade policial
Depois da confissão de Diego, a delegada levou todos para a sede da Delegacia de Homicídios, onde foi ratificada a prisão em flagrante do assassino confessoOs outros foram ouvidos como testemunhas.

De acordo com os primeiros levantamentos, Raphael Henrique Zerlotini respondia a três processos em primeira instância no Fórum Lafayette – dois por homicídio e um por tráfico de drogas, na Vara de Tóxicos e EntorpecentesEle era suspeito de integrar um grupo criminoso do Conjunto Felicidade, na Região Norte da capital, rival de uma gangue da mesma região, da qual Diego Moreira faria parte.

Enquanto isso...

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para evitar crimes

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- Foto: ARTE EM