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Estado de Minas

BH seleciona 19 mendigos para ajudar no censo dos moradores de rua

Dezenove mendigos ajudarão recenseadores a pesquisar quantidade de pessoas que vivem em calçadas, sua origem e serviços a que têm acesso. Resultado vai auxiliar políticas públicas


postado em 22/11/2013 06:00 / atualizado em 22/11/2013 06:44

Pesquisadores vão visitar marquises, viadutos, alberques e abrigos(foto: Marcos Michelin/EM/D.A Press)
Pesquisadores vão visitar marquises, viadutos, alberques e abrigos (foto: Marcos Michelin/EM/D.A Press)

A uma semana do início do censo de moradores de rua da capital, a prefeitura selecionou ontem 19 mendigos que vão ajudar a abrir caminho para pesquisadores. Eles foram indicados pela Pastoral de Rua da Arquidiocese de Belo Horizonte por conhecerem os locais de concentração das famílias e terem facilidade na abordagem.

Os 150 recenseadores, em sua maioria estudantes e funcionários da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), foram definidos ontem. Eles vão receber R$ 400 cada um para aplicar questionários nas nove regionais da capital, mas antes passarão por treinamento amanhã. A expectativa é de que um relatório preliminar seja divulgado na primeira quinzena de janeiro, isso é, dentro de cerca de 50 dias.

Após o trabalho de campo, o coordenador do projeto, o professor Frederico Duarte Garcia, do Departamento de Psiquiatria da UFMG, tem prazo de seis meses para apresentar todos os resultados. O contrato com a universidade é de R$ 166 mil e foi assinado na segunda feira.

Segundo Frederico Garcia, no treinamento os recenseadores receberão orientações sobre os objetivos da pesquisa e técnicas de entrevistas. Os 150 selecionados serão divididos em 20 equipes, todas acompanhadas por moradores de rua, que também serão remunerados. “Eles têm uma certa abertura com os moradores de rua e vão ajudar nessa abordagem. É uma forma de relações públicas, eles conhecem os lugares”, explica o professor.

Pastoral

Os trajetos a serem percorridos pelos recenseadores já foram traçados pela prefeitura. Além das ruas, serão visitados pelos pesquisadores albergues, abrigos e hospitais. O prazo curto para a pesquisa se deve à migração constante da população de rua. Mesmo que o sistema informatizado da UFMG exclua os entrevistados duas vezes, o período de um dia foi definido para evitar a necessidade de recontagem.

O Comitê de Acompanhamento de Políticas para a População de Rua informou ontem que o objetivo da prefeitura não é apenas contar o número de moradores de rua na capital. O último levantamento, feito em 2005, apontou 1.164, mas a Pastoral de Rua estima que há pelo menos 2 mil pessoas nessas condições na cidade. “Além da contagem, queremos saber de onde vêm, a motivação que os trouxe a BH, por que estão nas ruas e a que tipo de serviços têm acesso”, explica a coordenadora do comitê, Soraya Romina, que vê a propagação do crack como um dos principais desafios.

Há oito anos, cerca de 40% dos mendigos da capital vinham de outras cidades ou estados. Muitos não têm para onde ir, após apresentarem problemas de saúde ou serem expulsos de comunidades devido ao consumo de drogas. Informações sobre essa realidade vão auxiliar políticas sociais, segundo Romina: “Não temos como expandir os serviços sem entender como eles vivem e enxergam a cidade. Precisamos trabalhar com esses dados”, explica.


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