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Estado de Minas

Manifestantes fecham Anel Rodoviário de Belo Horizonte

Moradores da Favela da Luz e Bairro Goiânia queimaram pneus e entulhos para impedir a passagem de veículos na altura do Bairro Jardim Vitória. População cobra respostas sobre a morte de três jovens da região em confronto com a PM


postado em 23/11/2013 16:20 / atualizado em 23/11/2013 18:17

Cartazes têm pedido de Justiça, cobrando respostas sobre morte de três jovens da região(foto: Sidney Lopes/EM DA Press)
Cartazes têm pedido de Justiça, cobrando respostas sobre morte de três jovens da região (foto: Sidney Lopes/EM DA Press)

Moradores da Favela da Luz e do Bairro Goiânia fecharam o Anel Rodoviário na tarde deste sábado durante um protesto. Por volta de 16h, o grupo, de cerca de 100 pessoas, bloqueou o sentido Belo Horizonte/Vitoria, na Região Nordeste da capital. Minutos depois, fecharam a outra direção da rodovia, mas este bloqueio durou pouco tempo. Segundo a Polícia Militar Rodoviária, eles queimaram pneus e entulhos para impedir a passagem de veículos. Manifestantes exigiram a presença da imprensa para fazer denúncias sobre a morte de três moradores da região. A pista foi totalmente liberada por volta de 17h45.


De acordo com militares da 24ª Companhia do 16º Batalhão da PM, que dão um apoio à negociação na rodovia, os moradores estão revoltados com a insegurança gerada depois que três jovens foram mortos a tiros em confronto com a PM, no último dia 16, no Bairro Goiânia. A comunidade cobra uma posição das autoridades sobre a investigação das mortes e acusa a PM de mudar a cena do crime.

Depois de atentado cometido de madrugada do dia 17, policiais levantam nomes de integrantes de quadrilha que age em bairros da Região Nordeste(foto: Marcos Michelin/EM DA Press)
Depois de atentado cometido de madrugada do dia 17, policiais levantam nomes de integrantes de quadrilha que age em bairros da Região Nordeste (foto: Marcos Michelin/EM DA Press)
Na madrugada do dia 17, um ônibus da linha 5503 (Goiânia - Centro) foi incendiado em represália à ação militar e a corporação entrou em alerta. Militares tentam identificar suspeitos de integrar a Gangue dos Ferreiros, que assumiu o ataque ao ônibus e gerou o clima de medo na população. O veículo foi totalmente destruído, mas ninguém se feriu.

A PM reforçou o policiamento no Goiânia para evitar novas represálias ao tiroteio que terminou com a morte de Davidson de Almeida, de 28 anos, conhecido como Popó, F.C.C.J, de 17, e Liomar Henrique de Oliveira da Luz, de 24. Um quarto baleado sobreviveu e agora vai passar por uma cirurgia.

De acordo com a PM, os três mortos no confronto tinham passagem por roubo a casas, sequestro relâmpago e tráfico de drogas. Eles eram monitorados pela corporação, por suspeita de chefiar a venda de entorpecentes na região. Recentemente, a gangue da qual faziam parte entrou em confronto com outra, do Bairro Alvorada.

No dia das mortes, os policiais montaram o cerco à casa onde estavam os suspeitos após denúncias anônimas sobre a suposta quadrilha. O comandante da 22ª Companhia do 16º Batalhão da PM, major Cinério Gomes, disse que a equipe de militares foi recebida a tiros e revidou.

Versão contestada

O pai do menor de 17 anos que morreu contesta a versão da PM dizendo que o filho não tinha envolvimento com o crime. “Era só um adolescente que estava no local errado, na hora errada e os policiais não tiveram compaixão da vida dele”. O homem, que preferiu não se identificar, participou do protesto neste sábado junto com outros familiares das vítimas.

O objetivo da manifestação, segundo ele, é cobrar respostas das autoridades sobre o tiroteio. “Houve mudança do lugar dos corpos. Meu filho estava morto quando foi levado por uma viatura para o Hospital João XXIII. Mudaram a cena do crime. Ele foi assassinado porque assistiu a morte dos outros, foi uma queima de arquivo”.


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