O deputado estadual Gustavo Perrella (SDD) afirmou, na tarde desta segunda-feira, que o piloto de seu helicóptero, que foi apreendido nesse domingo com mais de 400 quilos de cocaína em uma operação da Polícia Militar com o apoio da Polícia Federal do Espírito Santo, vai responder criminalmente, também, pelo roubo da aeronave, já que não foi autorizado. Na coletiva, realizada na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), o parlamentar disse que ficou sabendo do caso através da imprensa.
De acordo com Perrella, um boletim de ocorrência foi feito pela família dele retratando o roubo da aeronave. O parlamentar informou que o voo só poderia ser feito a partir da autorização dele, o que não aconteceu. A aeronave, segundo ele, era utilizado apenas para o transporte de Gustavo e de familiares.
O deputado também confirmou que contratou o piloto há cerca de um ano com a indicação de um amigo que mora em Campinas. Ele disse que não sabe se o piloto foi coagido ou se fez o transporte por conta própria. Mas o considera como “um criminoso como outro qualquer e que vai responder por isso”.
O helicóptero da Limeira Agropecuária - empresa do deputado estadual Gustavo Perrella, filho do senador Zezé Perrella (PDT), foi interceptado em uma propriedade perto do distrito de Ibicaba, próximo à cidade de Afonso Cláudio, no interior do Espírito Santo. A fazenda estava sendo vigiada pela Polícia Militar da região que estranhou a movimentação de pessoas de fora da cidade.
“Começamos a monitorar a comunidade de agricultores após surgir informações que a fazenda foi comprada por um preço três vezes maior do que valia. O local também era frequentado por pessoas de fora da região, e isso nos chamou a atenção”, explica o major Flávio Pereira Santiago, comandante da 2ª Companhia Independente da Polícia Militar.
Os militares, descacterizados, começaram a operação na última semana. Na quinta-feira, flagraram uma picape transportando uma galão de combustível. “Estranhamos a situação e suspeitamos que seria usado em aeronaves. Também começou a surgir comentários na comunidade sobre o caso. Por isso, decidimos intensificar as apurações”, comenta o major.
No domingo de manhã, um helicóptero foi flagrado sobrevoando a região e em seguida desapareceu em uma mata. Os militares conseguiram flagrar a aeronave em uma clareira apenas depois que um policial subiu em uma árvore alta. “Por volta das 17h, pedimos apoio do serviço aéreo da PM que também conseguiu localizar o helicóptero. Flagramos os homens descarregando a aeronave e percebemos que se tratava de muita droga. Por isso, entramos em contato com a Polícia Federal para nos dar apoio”, comenta o comandante.
Com a chegada da PF, quatro pessoas foram presas em flagrante. O piloto e o co-piloto foram flagrados dentro da aeronave e outros dois homens fazendo o carregamento de um Polo com aproximadamente 400 quilos de cocaína. Também foram encontrados aproximadamente R$ 18 mil em dinheiro. “No momento da prisão, tivemos que esperar a aeronave desligar, pois o motor estava ligado e, se a gente aborda neste momento, eles poderiam apenas levantar voo”, afirma o major.
Foram presos o piloto Rogério Almeida Antunes, de 36 anos, que é natural de Campinas, São Paulo, o co-piloto Alexandre José de Oliveira Júnior, de 26 anos, o comerciante Róbson Ferreira Dias, de 56, e Everaldo Lopes de Souza, de 37.
Conforme a PM, somente o piloto quis comentar o assunto. “Ele disse que veio de São Paulo e que o helicóptero foi fretado para ir até o Espirito Santo. Segundo ele, quem fez a reserva da viagem foi o co-piloto e os dois receberiam R$ 60 mil cada um. Também informou que não sabia a carga que transportava e que sempre fazia este tipo de frete”, explicou o major.